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domingo, 15 de julho de 2012

IV Travessia BTT "Conquista 3 Castelos"

A IVª edição da travessia em BTT "Conquista 3 Castelos", organizada pelos companheiros da Anibikes, teve lugar no passado sábado, dia 14.

Este foi um passeio (des)orgamizado, em autonomia e guiado por GPS, que contou com a participação de quase uma centena de participantes.
Á chamada já sabia que compareceriam os meus amigos Castanholas e Carlos, mas foi uma agradável surpresa ver o Tuca juntar-se à malta com o seu característico sorriso rasgado! Entre estes ilustres outras caras conhecidas como o Luís, o Celso e o Caixeiro ou o Fernando Faneco, que vinha a fazer "pareja" com o Carlos, marcavam presença na esplanada. Juntos com a restante malta enchiam o pequeno espaço, e no interior, a loja assim como a pastelaria que ia servindo as últimas doses de cafeína ao pessoal.

À porta da Anibikes durante o aniversário de um companheiro e momentos antes do arranque para um memorável dia...
O passeio começou após cumprido o ritual de aniversário de um dos elementos, com direito a bolo e tudo, após a distribuição de umas fitinhas azuis para identificação da malta do passeio e um ligeiro brefing.

Pela nossa parte, arrancámos com um ritmo vivo e de espirito alegre e bem disposto, e foi num ápice que conquistámos a primeira fortificação do dia, o Forte de São Filipe de Setúbal, também conhecido como Castelo de São Filipe, concluído algures durante o reinado de D. Pedro I.
A conquista só teve um sabor a vitória após concluída uma subida em calçada romana bastante exigente e que obrigou todos os conquistadores a aplicarem-se a fundo nos pedais para manterem domados os seus cavalos. Dava-se início às hostilidades!

No Castelo de São Filipe, a primeira fortificação do dia a ser conquistada...

Dentro das ameias do Castelo, junto á Pousada...
Seguimos caminho por trilhos já meus conhecidos e num instantinho estavamos de passagem pelo parque de merendas da Comenda.
Começamos novamente a subir com a vantagem de voltarem as vistas fabulosas sobre a luminosa península de Tróia com aquele mar de cor azul turqueza em fulguroso contraste com a fina areia branca.
Os trilhos de terra muito vermelha envoltos numa vegetação de mil e uma cores levam-nos até à primeira paragem para reabastecimento do dia, no café em Casais da Serra.

O companheiro Celso a desfrutar das maravilhosas vistas...

Na primeira paragem do dia para reabastecimento em Casais da Serra, ou ZA3 (lol)...
Até Casais da Serra o nosso grupinho de ataque era constituído por cinco companheiros: Castanheira, Tuca, Luis, Celso e eu, mas desde este ponto que o nosso grupo aumentou e diminuiu ao longo do percurso. Ainda antes de chegarmos às pedreiras de Sesimbra já tinhamos a companhia do Faneco e do Carlos e do "Sr. Luis". Este último foi uma constante durante grande parte do passeio, ora aqui ora ali.
Já bem dentro do Parque Natural da Arrábida, iamos gosando de trilhos espectaculares, e pese embora o facto de os conhecer a todos, a beleza destes faz com que nunca me canse de os visitar.
A juntar a estes fantásticos trilhos esteve um dia ideal para pedalar. Um céu limpo como cristal e uma temperatura amenizada por uma leve brisa tornaram este dia de monumental empeno num verdadeiro prazer.

Tuca à espera do restante pessoal...
Os caminhos punham o pessoal cada vez mais à prova! Por trilhos a exigir alguma técnica, tão característicos desta zona, fomos ganhando quilómetros de subida até culminar no topo da pedreira de Sesimbra, que ascendemos pela dura e longa rampa batizada com o mesmo nome!

O "Sr. Luis" a atacar mais uma subida...

Carlos a vencer esta curta mas técnica secção de subida. O Faneco seguia mais atrás...

Fernando "Faneco" em altíssima rotação...
A subida da Pedreira é um desafio por si só! Terrivelmente longa, termina numa última rampa com um pequeno "ombro" a poucos metros do final, que tem por costume levar de vencidos muitos domingueiros mal treinados, como é o caso aqui deste vosso amigo.

Para ilustrar, deixo-vos com uma sequência de fotos do Luís na sua batalha contra "o monstro".

Luis Gonçalves VS Subida da Pedreira - Take 1...

Luis Gonçalves VS Subida da Pedreira - Take 2...

Luis Gonçalves VS Subida da Pedreira - Take 3
Afinal, para subir a infame Subida da Pedreira, só é preciso comer alpista =)
Após concluída esta dura subida, ficamos uns minutos a apreciar as vistas, à beira da falésia, largas centenas de metros pendurada acima daquele mar azul intenso e hipnotizante.
Começamos a grande descida que nos leva até ao centro da vila de Sesimbra e à praia. As vistas perdem a magnitude das alturas mas não deixam de ser sempre interessantes (!).
A passagem pela "marginal" de Sesimbra foi óbviamente aproveitada para um almoço ligeiro e assim reconfortar a barriga com alguma comida quente. Hamburguers para todos, acompanhados de umas coca-colas e umas cervejas.
O Luís continuava a comer da alpista que levava. Ele lá continuava a dizer que aquilo não era mesmo comida de passáro, mas lá que parecia, parecia!


A começar a descer para Sesimbra e em direcção á praia...

Hora de almoço num dos muitos cafés da principal avenida sesimbrense...
Para depois de almoço e para completar a segunda parte deste nosso passeio, estavam reservadas as duas últimas conquistas do dia. O Castelo de Sesimbra e o Castelo de Palmela, este último já a escassos quilómetros do final.
A par destas, muitas subidas, algumas delas bem longas e dolorosas, fizeram também parte da ementa da tarde.

Castanheira "a pernas" com a subida que sai do Porto d' Abrigo de Sesimbra...

Sesimbra ia ficando cada vez mais pequenina, encaixada naquela bela enseada...

A subida que sai do Porto de Abrigo, em Sesimbra, marcou o ínicio das hostilidades. Um par de quilómetros através de uma pista de gravilha empoeirada, bastante inclinada numa zona ou outra, demoraram uma eternindade a terminar.

Mas nenhuma subida é interminável e esta não foi excepção. Ainda assim, vimo-nos a determinada altura a ponderar seguir por estrada até ao Castelo de Sesimbra, mas lá nos convencemos mútuamente a seguir o track proposto. Isso obrigou-nos a perder algumas dezenas de metros de desnível rapidamente para subir novamente "à bruta" na encosta oposta do vale que cruzávamos.

Mais uns metros em asfalto e entrámos nas muralhas vitoriosos, mas já cansados, para abraçar a segunda conquista do dia.
Já lá estavam a descansar outros companheiros que também estavam connosco na aventura. Aproveitamos a paragem para um descanso e umas paródias. O espírito da malta estava em alta, como é costume!

Chegados à entrada do Castelo de Sesimbra e altura de descansar um pouco...

Castelo de Sesimbra conquistado!
Quando arrancamos novamente, o grupo era constituído por mim, pelo Castanheira e Tuca, o Luis, o Carlos e o Fernando Faneco e mais dois ou três companheiros que não fixei os nomes. Um grupo grandito, portanto, mas facilitou a tarefa e ajudou a cumprir alguns quilómetros.

Apesar disso o grupo era composto por pessoal com andamentos muito diferentes, o que fez com que houvesse algumas paragens para descanso e reagrupar o grupo.
Pela minha parte, agradeci cada paragem que se fez. Já há largos quilómetros me vinha a debater com caímbras. No final do passeio e só como nota de rodapé, tive caímbras em músculos que não sabia existirem.

A rolar...

Castanholas "in action" a guiar a malta...


Durante uma pausa para reagrupar....
A determinada altura e numa subida (para variar), aconteceu um furo na roda dianteira do meu amigo Castanholas. Assim, de repente, disse ele e foi verdade que eu vi, pois vinha na roda dele.
A subir devagar e em óptimo piso achámos estranho um furo assim tão violento.
Após analisada a "cenaça" verificou-se que o pipo da câmara se encontrava rasgado.

Este pequeno incidente foi prontamente resolvido e em menos de nada estavamos de novo prontos a rolar.
Por esta altura, a alpista do Luís já tinha acabado (!)

O único furo do dia. A "fava" a calhar ao Castanheira...
Após a paragem forçada devido ao furo do Castanholas, o grupo partiu-se bastante. Por esta razão e a determinada altura, encontro-me apenas com o Castanheira e foi a par com o meu amigo que percorri o caminho dos moinhos até chegar ao largo da rodoviária em palmela.
A paisagem desde este ponto é absolutamente fantástica. A vista soberba sobre o último objectivo do dia, a conquista final, alimentava-me os castigados músculos, dando-me nova energia.
O mesmo pareceia ter acontecido com o meu amigo, que pedalava agora mais forte e entusiasmado.
Pairava já no ar o cheiro a vitória final!

Hugo Castanheira no caminho do moínhos, já com o Castelo de Palmela bem à vista...

Castelo de Palmela imponente, visto desde o caminho dos moínhos...
Na fonte do largo já nos esperava o Tuca e mais uns companheiros.
Estavam com as pernas de molho enfiados dentro da fonte. Em menos de nada, segui-lhes o mote e meti-me também dentro daquela fresca banheira gigante.
A água fria nas minhas pernas foi tão revigorante como já havia sido uns quilómetros mais atrás após o Cai de Costas, numa fonte ali perto.

A refrescar as pernas na fonte do largo da rodoviária em Palmela...

Com as pernas "de molho" em Palmela...
A subida final de ataque ao Castelo de Palmela foi a cereja no topo do bolo para o Homem da Marreta me atacar com toda a sua pujança!
Teimoso, e caímbra após caímbra, levei a minha montada até vencer a última e derradeira batalha.
Minutos depois, tiramos a conclusiva foto. O Tuca não se juntou a nós nesta última imagem porque seguiu a todo vapor direito a compromissos familiares.

A última conquista do dia, o Castelo de Palmela. Eu e o Castanheira acompanhados pelo Luis e pelo Fernando...

A deixar o lugar da última conquista do dia...
A  descida para Setúbal estava destinada a ser iniciada pela conhecida "Gibóia", e assim aconteceu. Mas não sem antes haver ainda tempo para uma "pequena" troca de palavras menos amistosas entre aqui o vosso cronista e uma senhora que teimava em não nos deixar passar, porque segundo a própria, iri haver um espectáculo de artistas de rua e a rua estava fechada ao passo, a quem quer fosse.

Lamento a minha exaltação e peço aqui, publicamente, desculpas aos presentes, mas o cansaço já falava muito alto e acabei por me exceder um "bocadinho". Enfim, lá acabámos por contornar a situação através de um corta-mato pelo jardim, para sair mesmo no meio dos elementos do espectáculo.
Pedimos licença e passámos sem qualquer problema, mas causámos muito mais alarido do que se a senhora nos tivesse deixado passar aqueles cinquenta metros, coisa que demoraria uma eternidade com certeza (!).

Descendo a Gibóia durante os últimos quilómetros, já a caminho de Setúbal....

Após este precalço e já durante a ziguezagueante descida, fiquei a conhecer mais um pequeno trilho, uma variante assim podemos chamar, bem divertido.
Mais um par de quilómetros e estavamos de novo junto à Anibikes. As despedidas da praxe e todos rumaram a casa, felizes, satisfeitos e de barriguinha cheia de btt do melhor, por trilhos que podemos facilmente incluir no lote  dos melhores do País...

Para concluir e apesar da dureza de todo o trajecto, lá estarei na próxima edição, se a houver e se me convidarem!
Foi um luxo!

Os dados do empeno, e só por curiosidade, foram os seguintes:
Distância: 93kms
Desnível acumulado subidas (D+): 2340m
Tempo em movimento: muitas horas (!)
Tempo total: ainda mais horas (!!)

A galeria de fotos pode ser vista aqui: IVª Conquista 3 Castelos
O track gps do passeio pode ser descarregado a partir da página "Tracks GPS"

2 comentários:

  1. Muitos parabéns por mais uma aventura.
    Não conheco a zona mas pelas fotos é espetacular.
    Continua com boas pedaladas e boas reportagens.

    Abraço
    Luis Cabaço

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  2. Boas!

    Dois colegas meus tb participaram neste desafio e tb eles foram "atacados" pelo homem da marreta!! O percurso foi muito duro, houve ali subidas que poderiam ter sido evitadas, e no fim de tantos quilómetros a Arrábida não dá mesmo hipótese.

    Abraço,
    Carlos

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