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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

23ª Edição "Troia-Sagres"

Este ano voltei a calçar os pneus de estrada na bicicleta e juntei-me aos mais que muitos ciclistas que nesta data rumam a Sagres, partindo de Troia, desde há 23 anos a esta data. Eu pessoalmente, já o havia tentado antes, no ano do Dilúvio (ler relato aqui), sem grande sucesso, devo admitir.
Mas este ano a viagem correu de maravilha e lá tirámos a foto da praxe junto à velhinha tabuleta à entrada da vila de Sagres!

Mas vamos por partes!

Acordei cedo. E quando digo cedo, digo três horas da matina.
O arranque de Troia estava combinado para as 07h mas acabou por acontecer quase uma hora mais tarde.
Arrancámos todos mais ou menos ao mesmo tempo mas tinhamos sido divididos por dois grupos. Um grupo com um ritmo mais alto e outro mais lento. Fiquei, e muito bem, no grupo dos mais lentos.
E calhou bem porque as duas últimas saídas que tinha feito em estrada tinham-me deixado mazelas num joelho e sabia que este me iria dar problemas durante a viagem e assim podia ir dentro da minha zona de conforto e não puxar muito por ele.
Esta era a minha única preocupação á partida. Seria o meu joelho capaz de me deixar fazer os cerca de 210kms do percurso, sem dar o berro antes?!

Os primeiros quilómetros foram tranquilos mas depressa me afastei do meu grupo. O meu pai, que se estava a estrear, desaparece rapidamente à minha frente. Achei por bem ir buscá-lo e de alguma forma tentar moderar o ritmo que ele ia a levar, numa tentativa de o resguardar para os quilometros mais á frente.
Levo uns minutos até voltar a agarrar a roda dele e devo admitir que tive mesmo que me colar num grupo que passou por mim para lá chegar mais fácilmente.
Acabamos por parar um quilómetro ou dois mais á frente e esperamos pelo resto do nosso grupo. Ora passei algum pessoal ora fui passado por outros tantos, alguns grupos bastante numerosos ainda. O ambiente era descontraído e salutar. O tempo mantinha-se estável e bastante bom para pedalar.

Uns bons quilómetros depois noto o pneu traseiro do meu pai bastante em baixo. Tinha furado, quase de certeza. Ainda parámos para meter ar e seguimos esperançados que tivesse ficado por ali, mas acabámos mesmo por ter que parar para trocar de camara de ar.
Assim que pudemos fizémos a paragem para um cafézinho, onde eu aproveitei também para o cigui da praxe!
Por esta altura o meu grupo era composto por mim, pelo meu pai, Ana, Jean Pierre, Lucas, Mário e David. A fechar vinha o Fernando dos BTTretas.

Durante o trajeto até S. Torpes ainda apanhámos alguma chuvita, mas nada de muito intenso e sempre com pouco vento. Chegámos todos animados mas o meu pai acabou por ficar aí e seguir no autocarro que nos acompanhava. Embora bem fisicamente, já não aguentava, literalmente, o cú em cima do selim.
O meu joelho acabou por começar a dar sinais cerca de 50kms após sairmos de Troia mas mantinha-se num limiar de dor bastante suportável, quando cheguei a S. Torpes. Dei-lhe mais uma massagem com pomada e tomei um brufeno para a inflamação. Tirando isso, fisicamente estava impecável, e prontinho para os restantes quilómetros.
A próxima paragem estava programada para S. Teotónio, cerca de 65kms mais á frente.

Os quilómetros até Vila Nova de Milfontes correram rapidinho e após tirarmos umas fotos na ponte da vila, rumamos em direção á paragem de almoço.
A malta estava a começar a ficar com fome e aqueles quilómetros foram, para alguns companheiros, verdadeiramente demolidores.
Eu tinha vindo a comer e a beber bem durante todo o percurso, pelo que não tive problemas de quebra de energia.
Cheguei á entrada da vila de S. Teotónio acompanhado pelo Mário. Ele parou no primeiro café que viu. Queria uma Coca-Cola dizia há já uns quilóemtros (!). Eu segui vila acima á procura do autocarro que lá encontrei quase á saída da vila.

A paragem proporcionou-me tempo para me sentar a almoçar. Umas lulas recheadas com arroz de ervilhas, bebida (Coca-Cola, claro), pão, sobremesa e café!
Quando a Ana chegou mais o Fernando eu já estava a raspar o fundo da tijela da mousse de chocolate! Um luxo.
Bebemos os três o café e seguimos para junto da malta.
Nesta paragem ficam o Lucas e o David.

Daqui a Aljezur foi um tirinho. Já não se viam aqueles grupos grandes na estrada, já havia mais tempo para apreciar a paisagem e o prazer de andar de bike. Aqueles quilometros foram para mim um verdadeiro prazer. Eu e o Mário saímos um pouco do restante grupo e fizemos a descida para Odeceixe sozinhos e a boa velocidade, proporcionando grandes momentos de adrenalina e satisfação.
Combinámos entre nós esperar pela malta no topo da subida de Odeceixe!
Eu aproveito a mini-paragem para acender mais um cigui. O meu joelho mantinha-se estável, embora volta e meia me fosse dando umas pontadas mais intensas e dolorosas, mas nada que um cerrar de dentes não aguentasse.

Quando saímos de Aljezur era ainda dia, mas sabia que iriamos chegar completamente embrenhados no escuro da noite. Ainda assim arranquei sem luzes á frente. Não as tinha levado no autocarro sequer, tinha-me esquecido.
Os meus restantes companheiros tinham luzes bastante potentes que me permitiriam seguir em segurança. Bastava não me perder deles. Escusado será dizer o que acabou por acontecer!
Durante a subida da Carrapateira, a última e derradeira dificuldade antes do final, ainda pescámos um companheiro que vinha sozinho, depois da sua companheira ter desistido. Fizémos questão de não o deixar mais para trás e assim chegar a Sagres com companhia, facilitando a tarefa de cumprir aqueles quilometros finais.

Já completamente noite e a cerca de 5kms de Sagres acabei, ainda não percebi bem como, por ficar a pedalar completamente ás cegas durante umas boas centenas de metros, até que um pequeno grupo de ciclistas me apanhou. Ainda levei "nas orelhas" por ir ali sem luzes (e com razão), mas lá me serviram para ir na roda deles até Sagres.

Quando cheguei á entrada da vila, já lá estava o Fernando e o Mário que tinham vindo a esticar as pernas naqueles quilometros finais. Tirámos umas fotos e entretanto chegam a Ana e o Jean Pierre acompanhados do Pedro. Tiramos a foto de grupo e seguimos na direcção do Parque de Campismo para um banhinho quentinho.
Quando chegámos tivemos uma recepção excelente da restante malta que nos esperava com uma valente salva de palmas! Foi muito bom, realmente memorável!


sábado, 3 de novembro de 2012

Batalha - Round II

O regresso aos trilhos da Batalha e do Centro de BTT de Pia de Urso estava já marcado desde a nossa primeira incursão por aquelas redondezas.
As condições meteorológicas, essas, estavam longe de serem as ideais. O alerta amarelo no centro e sul do país devido à possibilidade de fortes chuvadas era disso testemunha.
Apesar disso, este grupo de bravos e teimosos amigos, não se deixaram intimidar e foram percorrer, alegres e molhados, os 55kms do percurso Nº 6, preto, do Centro de BTT de Pia de Urso.

Começamos a pedalar passavam uns minutos das nove horas da manhã, debaixo de um céu pesado e húmido, mas sem chuva, saíndo do Centro de BTT.
Os trilhos estavam bastante difíceis, mas sobre isso já tínhamos uma ideia bastante realista do que contar. O calcário e as raízes tornam-se extremamente escorregadios quando molhados, e as várias zonas de pinhal e pedra, sobretudo em singletracks, que iríamos percorrer eram garantia de muita adrenalina. Mas também sabíamos que teríamos que ter muito cuidado e atenção para evitar as quedas.
Os trilhos tinham alguma lama, mas nada excessivo, permitindo sempre rolar tranquilamente. É um tipo de terreno que suporta muita água sem se tornar um lamaçal, embora na generalidade porque há zonas mais vulneráveis que outras.

Eu optei por vestir o impermeável logo de início. Mais pelo frio que estava do que para proteger da água que ainda não caía. Mas logo começou a cair uns poucos quilómetros mais à frente, já depois da primeira paragem para um café, com pouco mais de 6kms percorridos.
Foi caindo uma chuva miudinha e pouco notória, mas a determinada altura, fomos mesmo obrigados a encostar debaixo de uma varanda feita de vinhas e sebes, para os meus companheiros vestirem os seus casacos de plástico.
O Artur nunca o fez e acabou a volta molhado até aos ossos, literalmente!





A passeata correu sem problemas, mas com algumas peripécias pelo caminho.
Noś, como já disse, começámos a volta no Centro de BTT, mas o percurso está idealizado para ser iniciado na Batalha, tornando-se assim muito mais coerente nos trilhos e distribuição das dificuldades.
Mesmo assim, não me canso de premiar com adjetivos os trilhos da zona. São realmente espetaculares, divertidos e duros q.b!

Acabámos a voltinha uns minutos depois das 15h. O dia tinha-se mantido frio e molhado e eu acabei a volta a tremer de frio e nem o banho quentinho que tomei me fez ficar melhor. Acordei doente no domingo!

Não levei a tradicional máquina fotográfica, mas tentei ir tirando umas fotos com a câmara de filmar, mas ficaram uma desgraça. Nem me atrevo a mostrá-las aqui!

O track GPS para o percurso pode ser encontrado aqui:
http://www.cm-batalha.pt/turismo-e-lazer/centro-de-btt/rede-de-percursos-trails/percurso-6-trail-6
Mais informações sobre os percursos do Centro de BTT de Pia de Urso, aqui:
http://www.cm-batalha.pt/turismo-e-lazer/centro-de-btt

Abraços e continuação de boas pedaladas.

domingo, 28 de outubro de 2012

VII TascaduXiko 2012

Mais um edição da "TascaduXiko" e mais uma festa do BTT em Pinhal Novo e Arrábida. Ao contrário da maioria das maratonas que faço sozinho, esta teve a companhia de mais de uma dezena de amigos e companheiros destas andanças!

Foi um dia de sol, muito bem passado, com bons trilhos e com excelente companhia. O que mais se pode pedir?! Galhofa, diversão e barrigada cheia de btt do bom!
Já para não falar nos tradicionais abastecimentos que a Tascaduxiko sempre proporciona...

Mas não fiqueis tristes por este rescaldo tão curtinho! Irei, assim que dispor de mais tempo, aprofundar um pouco o mesmo. Teve vários momentos altos o dia.
Mas o vídeo também irá mostrar como foi a aventura!

Aqui seguem umas fotos que fui encontrando na net.
Eu não fiz fotografias, mas filmei a passeata. E como sempre irei aqui disponibilizar o pequeno vídeo assim que o mesmo esteja pronto.

O grupo dos Porquinhos da Ilda... Ainda faltavam aqui muitos mais amigos que revi na partida, nos trilhos, e durante o almoço...
Durante as primeiras pedaladas, em companhia do Victor...
Nos primeiros quilómetros...
Já na chegada, com o meu pai e depois de uma manha muito bem passada...

O link para o Track GPS da meia maratona pode ser encontrado no lugar do costume, aqui: http://olimpaneves.blogspot.pt/p/tracks-gps.html

Um grande abraço a todos.
Continuação de boas pedaladas!

domingo, 14 de outubro de 2012

O Monte Funchal

Hoje a voltinha domingueira foi na companhia dos Porquinhos da Ilda.
Começamos às 08h30 saindo do café Mel Dourado para rumarmos a Negrais e ao Monte Funchal. Para lá chegarmos tomámos a direção de Casal Bruno, Olelas e Urmal.
O céu, por cima das nossas cabeças, mesmo com algumas abertas, fazia adivinhar a possibilidade de chuva e tal acabou mesmo por acontecer, com as condições a piorarem com o decorrer da manhã.

Trilhos rolantes na sua maioria...

Antes de chegar a Alfouvar, transpomos pela última vez a linha férrea no caminho de ida para o monte Funchal e para as éolicas que lhe adornam o dorso. Durante a primeira metade do caminho passamos três vezes a linha do comboio por passagens de nível sem qualquer guarda, completamente vazias e sozinhas como se estivessem abandonadas sem o estarem de facto. No caminho de regresso passamos novamente a linha férrea, mas desta vez na povoação de Mafra-Gare.

Falar em Mafra-Gare, lembrou-me daquela bela passeata que dei em tempos com os meus amigos Santa Maltenses e que fizemos da Carregueira até Mafra-Gare e regresso e que foi muito bom...
Bem, hoje trilhámos alguns desses trilhos.
Outro facto curioso, e que me lembrei agora enquanto escrevia estas linhas, foi que nessa altura, aí por volta de 2009 não sei precisar, o meu amigo João Santos fez essa volta na sua bicicleta Single Speed, e foi a primeira vez que eu vi uma bike só com uma mudança. Hoje, sou eu que ando de "SS". E diga-se, a bem da verdade, que cada vez gosto mais dessa escolha.

Mas voltando à passeata de hoje.
Os trilhos foram na sua maioria rolantes e com poucas dificuldades técnicas. A companhia foi boa e só o tempo quase estragava este belo passeio. Ainda chegámos a apanhar alguma chuva e bem forte durante alguns minutos! Mas, falando por mim, já tinha saudades dela, da chuva. E das poças de água e de lama!

Mesmo sem grandes inclinações, houve algumas subidas que doeram um bocadinho mais que outras. Nem falo na rampa final do Funchal, pertinho do Casal do Mucharro, a essa já lá vamos.

Percurso tranquilo, com algumas subidas para não deixar a malta arrefecer...
Ana Ferreira, sempre com um sorriso...
O meu pai na sua "tranquilidade" ehehehe

Passamos finalmente por Negrais, onde não paramos e seguimos direitos á conquista daquela última rampa de asfalto que rasga, quase a direito, aquele monte no horizonte.

Não faço ideia da inclinação daquilo, mas é durita. Mesmo sendo em asfalto, é terrivelmente inclinada. Eu desmontei a metade, mas a maioria da malta chegou lá acima a esmagar os pedais. Eu já só voltei a montar quando aquele monstro perde um pouco de inclinação, e já a uns escassos 200m do cume.
Para mim, ficaram a faltar dois "Dononinhos". Um para cada perna!

Mas lá cheguei lá acima e lá tirámos uma foto do grupo, menos o meu pai e outro companheiro que ficaram na base e não subiram. Ficaram a ver as vistas! As cinzentas vistas que nos acompanharam durante toda a manhã.

Paulo Albuquerque e Ana direitos ao Monte Funchal...

Entretanto caiu uma boa carga de água e que nos deixou encharcados até final.
De qualquer das formas, o percurso seguido desde a conquista do objetivo foi por Paço de Belmonte, Mafra-Gare e Azenha do Paço, passando por Lage na direção de Pêras Pardas e Barreiros.
Alguns trilhos muito interessantes nas imediações, permitindo rolar junto ao pequeno riacho que corre na direção de Cheleiros.

Rumamos direitos a Anços e depois ao Urmal. Até esta última povoação percorremos trilhos comuns à ida.
Depois disto tomamos a direção de Morelena e Cortegaça, mas maioritariamente por asfalto, o que me fez sofrer um bocadinho para manter algum contacto com o grupo.
É preciso não esquecer que só tenho mesmo uma velocidade e no plano, isso nota-se muito mais que a subir ou a descer (!)
Fiz uns quantos quilómetros a "bater claras", mas faz parte. Além de que faz bem à cadência (!)
Chegámos ao café Mel Dourado quando começou a cair novamente água do céu. E por mais uns minutos tinhamos apanhado outra molha valente, mas escapámos de boa. Até ainda deu para se estar uns minutos na esplanada.
Até começar a chover de novo e a malta ter que procurar abrigo no quente interior do café.

Eu e o meu pai despedimo-nos da malta, arrumámos as tralhas e seguimos para casa.
Como o meu pai foi de boleia comigo, fui deixá-lo a casa e aproveitei para dar umas beijocas à melhor mãe do mundo!
E ainda trouxe pão, meio salame, um queijo de Azeitão e mais duas latas de Coca-Cola.

No resumo, um passeio tranquilo, com algumas subidas desafiantes, e uma paisagem mais Saloia - no bom sentido - do que aquela que estou habituado, mas muito interessante. A malta é como se gosta, simpática e disponível para ajudar, com um espírito porreiro! Mas tive pena que fossemos poucos, mas com certeza que mais oportunidades hão-de surgir.

Link para a galeria com mais algumas (poucas) fotos.
https://picasaweb.google.com/102105685869649773359/MonteFunchalComOsPorquinhos

Link para o Track GPS do percurso:
http://www.gpsies.com/map.do?fileId=xwhnkygevxqyxfxd

Abraços e continuação de boas pedaladas!

domingo, 30 de setembro de 2012

Pia de Urso . Red N3

"
Pia de Urso - No reino do Calcário"

A convite do Rui Santos, rumámos a terras de Batalha e ao Centro de BTT de Pia de Urso!
Foram apenas quatro, já contando comigo, os companheiros que aceitaram este desafio. E em boa hora assim aconteceu, pois realizámos um passeio muito interessante em todos os aspectos.
Boa companhia, paisagens e trilhos brutais e dureza quanto baste!
 
De passagem por Reguengo do Fetal...

Realizámos o percurso Nº3, Vermelho, do Centro de BTT de Pia de Urso.
Um percurso marcado e sinalizado à semelhança de vários outros existentes, com exigências para todos os níveis, experiências e andamentos.
Mas no que respeita a este que realizámos, deixem-me que vos diga que está exemplar.
Percurso bem marcado e bem escolhido. Muito exigente tecnicamente mas moderado na exigência física e com as dificuldades bastante bem distribuídas, permitindo, quase sempre, um apreciar descontraído do passeio. E digo quase sempre, porque há alturas em que não devemos tirar os olhos do chão. O calcário abunda, não permite grandes deslizes e tem ar de ser muito pouco macio para o corpinho no caso de uma queda.

Piso exigente...
Trilhos fantásticos...
Pequena serpente...

O passeio decorreu sem problemas de qualquer tipo, tirando apenas a paragem técnica  necessária para remendar o meu furo, depois de uma descida mais alucinada.

Ao todo, três remendos na camara de ar e mais um na lateral do pneu a tapar um pequeno rasgo, foi o preço por tal aventura... Mas deixem-me que vos diga que repetia já o estrago para sentir novamente aquele "rush" de adrenalina.


Nas imediações de Reguengo de Fetal...
Aquela descida foi assim a modos que uma verdadeira maluqueira. Tinha saudades de descer assim, devo confessar. Não é unânime aquilo que vou dizer, eu sei, mas descer de bicicleta rígida tem outro sabor! Não há ali nada que mantenha a traseira no lugar a não ser o kit de unhas e saber "sentir" o comportamento daquele amontoado de tubos de alumínio. E acreditem que todas as bicicletas têm uma alma e a descer isso nota-se!

O controlo tem que ser outro, o sangue frio tem que ser outro, a escolha da trajetória tem que ser outra, o nosso corpo tem que trabalhar em perfeita sintonia com a montada, mas, quando tudo corre bem, é das melhores sensações do mundo!
E apesar de ter furado (as arestas afiadas do calcário não perdoam), os meus companheiros foram testemunhas da minha cara de extasiado no final da descida.
A bem da verdade, estávamos todos com um sorriso rasgado de orelha a orelha, testemunha evidente do prazer que todos retirámos daquela alucinante, pedregosa, técnica e exigente descida.
É tão bom isto do BTT!

Carlos e Rui a terminar uma dura rampa...

O percurso tem de tudo um pouco, mas foram as subidas que deixaram mais memórias. Algumas muitos boas e escalonadas. Outras, verdadeiras rampas, bastante exigentes mas curtas e subidas longas com piso macio para terminar. No total, cerca de 1000 metros de acumulado positivo.

O vosso cronista e a sua SSMachine! Foto by Rui Santos

Nem todas as paredes foram trepadas em cima dos pedais. Houve algumas que devido à sua dureza, inclinação ou tecnicidade me obrigaram a desmontar.
Mas foi só falta de pernas porque o companheiro Castanheira não se fez rogado e trepou algumas delas como se não houvesse amanhã!

Basicamente, todos gostámos muito do passeio!
É durito, mas largamente recompensador e vale, sem qualquer dúvida ou hesitação, uma visita.

Os trilhos, como já disse, estão bem cuidados, bem marcados e bem escolhidos! As infraestruturas criadas também estão ao mais alto nível e recomendam-se...






Terminámos o passeio com um petisco na cuidada povoação de Pia de Urso. O menu do ciclista, ou Bikers Menu, composto por uma bebida fresquinha e uma bifana fizeram as honras da casa e reconfortaram a pança que já se sentia vazia!

A  desfrutar de um "Bikers Menu" em Pia de Urso...
Gostámos tanto que já estamos a ponderar nova incursão pelos trilhos da zona. Num nível mais alto e com maior quilometragem para ficarmos ainda mais satisfeitos (!) ehehehehehehehe

Apenas uma nota, que é referente à navegação por GPS. Esta apenas é necessária para retirar alguma dúvida que possa acontecer por desaparecimento de alguma placa ou porque a mesma se encontre escondida pela vegetação. De outra forma, não é de todo imprescindível.

Aqui fica o link para o track GPS do passeio que realizámos:
http://www.cm-batalha.pt/turismo-e-lazer/centro-de-btt/rede-de-percursos-trails/percurso-3-trail-3
Caso o link acima não funcione, o track pode ser descarregado a partir da minha página de "Tracks GPS"
A galeria de fotos pode ser consultada aqui:
https://picasaweb.google.com/102105685869649773359/PiaDeUrsoN3
Mais informação sobre o Centro de BTT de Pia de Urso pode ser vista aqui:
http://www.cm-batalha.pt/turismo-e-lazer/centro-de-btt

Abraços e continuação de boas pedaladas!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Agora sim, o rescaldo "DBR"

A etapa na Serra da Abobereira seria a mais curta das três, sem contar com a etapa do Prólogo. A minha participação no nível EPIC estava adiada. Seria no RIDE que iría conhecer a Douro Bike Race, uma corrida de BTT por etapas, ao nível das melhores provas internacionais.
Convenci também o meu pai, além da Marta claro, a alinhar na aventura e daí a escolha ter recaído na versão de um só dia. Cinquenta quilómetros de trilhos que eu sabia duros, com um acumulado total de subidas já considerável.

A minha cara metade enfrentava assim o desafio da sua ainda curta "carreira betetística" e o meu pai faria a sua estreia em eventos organizados.

A minha mãe acompanhou-nos até Amarante.
Maravilha! Família reunida para aquilo que se adivinhava já ser um excelente dia de btt. Mas calma, não pensem maluqueiras. A minha mãe foi de passeio turístico e acenar aos "maiores corredores da prova" - como ela própria dizia - enquanto nos filmava no arranque desta aventura.

A nossa ida até Amarante estava, há muito, preparada por mim.
Refiro-me à parte logística, porque o resto, e sem sombra de dúvidas o mais importante, tinha ficado curto. Já o sabia e nada podia agora fazer! Mas ainda assim, foi confiante no sucesso da empresa que passei debaixo do arco de meta, no arranque da etapa.

Os treinos da Marta não foram os necessários para a conclusão daquilo que seria o seu maior desafio nestas coisas de maratonas de bicicleta de montanha.

O meu pai, melhor preparado fisicamente, viria a pagar a factura da inexperiência e após muitas horas a pedalar sozinho, sucumbiu ao esforço e às câimbras. A falta de cabeça para gerir o seu andamento, o descurar de uma hidratação e alimentação conveniente, ditaram o fim da sua hercúlea tentativa de levar de vencida a Serra da Abobereira.

Mas vamos por partes. Ou melhor, pelo principio...

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Percebemos minutos antes do inicio da aventura que o tempo máximo que teríamos para completar a etapa seria de seis horas. Menos uma do que tínhamos ideia. Logo ali percebemos que teríamos bastantes dificuldades em terminar dentro do horário limite.

Ficámos logo nos primeiros dois ou três quilómetros a pedalar na companhia do homem que ostentava a placa "Mayday" na frente da bicicleta. Isso e uma corneta cor de rosa que eu acho que sei de quem era.
Pois foi na companhia do Frinxas que pedalámos a quase totalidade do caminho, apenas perdendo a sua presença aqui e ali.

Os trilhos foram absolutamente fantásticos - imagino o que foi a descida desde o topo da serra, porque todos que a fizeram dizem que foi alucinante.

O meu pai, que logo à saída de Amarante começou a ganhar-nos distância, acabou por perder um bocadinho de terreno e consegui vê-lo a determinada altura, mas ele achou que nós o haveríamos de apanhar e voltou a arrancar, novamente sozinho.


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O evento foi fotografado por uma equipa de fotógrafos, chamada Sportgraf e realizaram um trabalho realmente fantástico. Durante os quatros dias de prova tiram a cada atleta mais de cinquenta - sim, 50(!) - fotos, com equipamento de disparo automático (células) espalhado ao longo do percurso e uma equipa de fotógrafos colocados no terreno.
Menos de 24h depois tinham online esta galeria de fotos grátis, onde apareço eu e a Marta.
Como podem ver pelas duas fotos aqui disponibilizadas, o trabalho fala por si. Temos os três várias fotos fantásticas e com bastante qualidade.
Podem ver mais aqui: http://www.sportograf.com/en/shop/event/1721

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No primeiro abastecimento, o Frinxas mencionou a questão das horas, e eu também já tinha percebido que não iríamos ter tempo para chegar ao ponto de corte e passar. Ou seja, seria subir a esmagar pedal para corrermos o risco - certo, diga-se - de não deixarem continuar e termos que abandonar na mesma.
No entanto, o Frinxas falou connosco e disse em voz alta aquilo que eu já sabia. A Marta ficava assim a saber que tinha duas horas para subir mais de 15kms e vencer perto de 900m de desnível acumulado.

Na FeedZone fiquei também a saber que o meu pai ainda ia bem, mas que também não tinha comido nada. Seguia uns minutos à nossa frente.

Volto a repetir algo sobre os trilhos. Escolhidos a dedo e todos de elevada beleza!
Mas ainda não tínhamos começado a subir a sério, e já de novo na companhia do Frinxas, o motor da Marta dá o berro e acabamos por tomar a decisão de abandonar a etapa assim que chegássemos à estrada de alcatrão.
A Marta estava bastante cansada, mas nada de extraordinário. Talvez com a tal hora extra que achávamos que tínhamos, talvez nas tais sete horas, tivéssemos tido hipóteses.

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A Marta ficou com pena, percebi.
Ainda me disse para eu seguir com o Frinxas e tentar passar ainda a horas e talvez ainda conseguir levar o meu pai a reboque, mas não fui capaz.
Se por um lado tinha muita vontade de esmagar os pedais por ali acima na companhia do Frinxas e ir terminar a etapa, por outro não conseguia deixar a Marta abandonar sozinha.
Eu também fiquei com pena. Não por não ter terminado a etapa, isso não me dizia nada. Seria, apenas, mais uma meia maratona, por mais dura que fosse.
Fiquei com pena porque queria esta vitória para a Marta. Queria cruzar a meta com ela. Queria vê-la completar este desafio. Sozinho nem sequer me iria parecer bem.

Daí que ficámos à espera que nos viessem buscar junto com um elemento do Staff, enquanto o Frinxas, o Mayday, arrancou sozinho em busca do último companheiro e desmobilizando o staff que ia encontrando pelo caminho.
Quem nos veio buscar foi o próprio Zé Silva, que tive um prazer imenso em conhecer. Acabámos por falar bastante e foi um dos meus "pontos altos" do fim de semana. Afinal não é todos os dias que podemos falar pessoalmente e descontraidamente com um dos nossos ídolos!
As bikes foram recolhidas e entregues no Bikepark.

Andámos a recolher mais pessoal que ia desistindo. Um quilómetro ou dois mais á frente do sitio onde nós abandonámos estava outro companheiro. Vitima de duas quedas e de ritmo muito quebrado, foi aconselhado pelo Mayday a abandonar naquele ponto.

O meu pai acabou por ser também apanhado pelo Frinxas, a uns poucos quilómetros da segunda "Feed Zone".
Quando se encontraram, o Frinxas disse-lhe que nós tinhamos abandonado e isso foi a machadada final no que restava de moral e vontade do meu pai.
Soube depois, já por ele, que começou a ter muitas câimbras quando teve que optar pelo pedestrianismo. O cansaço extremo, as muitas horas a pedalar sozinho, a falta de comida e bebida em doses convenientes e por fim a notícia de que estava a enfrentar tal aventura sozinho e que era o último, levou-o a desanimar e desistir da aventura.

Ligou-me na altura em que estávamos algures na Serra, já num dos cruzamentos da descida com a estrada asfaltada. Tínhamos ido buscar um companheiro que tinha dado uma queda e que precisava de tratamento. Nada de muito grave, mas as ligaduras no queixo e testa davam certezas que as pedras não tinham sido meigas com ele. No entanto, mantinha o espírito intacto e o humor em alta. Muito bom!
Soube uns dias depois pelo Forumbtt.net que o companheiro fez apenas uns arranhões, levou uns pontinhos e numa semana estava novo e pronto para outra!
O elemento do Staff que conduzia a carrinha onde iam as nossas bikes lá saca um atalho da manga e enquanto ele foi buscar o meu pai, ao outro lado da serra, nós seguimos direios a Amarante, para a Aldeia DBR e para a tenda da Cruz Vermelha, onde eles já nos esperavam.

Despedimo-nos do Zé Silva e dos restantes dois companheiros que nos acompanhavam e fomos ter com a minha mãe, que nos esperava a uns metros dali.
A Marta estava a começar a sentir o cansaço que não sentira logo. Entretanto chega o meu pai e fomos ter com ele. Aproveitámos para trazer as nossas bicicletas e aí sim, seguir para o Hotel Amaranto, onde ficámos alojados, direitos a um banho quentinho e roupas lavadas.

O meu pai e a Marta estavam bastante cansados, mas o estado do meu pai só me foi realmente percetível já durante a cerimónia final. Estava completamente "derreado".
O meu pai ficou assim, com 64 Primaveras, a conhecer o temível "Homem da Marreta". Apanhou o empeno da vida dele e de certo que irá ter mais respeito pelo esforço inerente a este exigente desporto.
Mas acima de tudo, mantenho a certeza que, se tivesse comido e bebido como lhe disse e se tivesse um bocadinho mais de paciência para moderar e gerir o esforço e ritmo, que ele tinha pernas para completar aquele desafio.
Não seria fácil, fácil, mas que daria, isso de certeza que sim. Também tive pena que ele não tivesse acabado, mas lá iremos todos em 2013 tirar as teimas.
Eu presumo que vou levar a marretada da minha vida, mas o EPIC é ao meu jeito e como eu gosto, pelo que será a minha aposta para a próxima edição.

Resta-me pouca coisa que dizer. Ou melhor, falta-me muito, mas só quero dizer umas últimas coisas.
É em relação à organização e a tudo o que me foi dado a ver e a viver.
Talvez o melhor Evento em que já tive oportunidade de participar, se não mesmo o melhor! Uma equipa de luxo -  e não me canso de dizer isto - com Pessoas de luxo.

Obrigado a todos e a cada um deles pelo seu trabalho dedicado e apaixonado. Pela simpatia, disponibilidade e hospitalidade com que nos receberam.

Uma palavra de agradecimento especial a esta alma de cabeleira branca.
Obrigado Frinxas, pela tua paciência e boa onda!
Foi realmente um prazer ter a tua companhia durante aqueles quilómetros e essa foi também uma das boas memórias que esta aventura me proporcionou.

Frinxas, o homem da placa "MAYDAY" a cruzar pela última vez, este ano, a linha de chegada da DBR! Não deixou ninguém para trás e ganhou de certeza o prémio do gajo com mais horas sentado em cima do selim! Sempre com um sorriso, sempre pronto para ajudar, com uma boa disposição contagiante!

Basicamente, e apesar de as coisas não terem corrido como esperávamos no terreno (ehehehehe), foi um enorme prazer poder fazer parte dessa grande festa que foi a "Douro Bike Race"! Para o ano lá estarei novamente, para rever esta malta e conhecer outra nova, que ainda é isso que o BTT tem de melhor. A partilha!
Gostei muito! Aliás, gostámos todos!

Se é duro? Muito! Bem o vi na cara da malta a chegar no final de sábado! Muito duro mesmo.
Se vale a pena? Sem sombra de dúvida! Um desafio de BTT ao mais alto nível, físico e mental.
Se é preciso treinar? É!
O que se ganha? Uma experiência inesquecível e sobre tudo um maior auto-conhecimento sobre nós mesmos!


Aqui deixo o link para a galeria das minhas fotos:
https://picasaweb.google.com/102105685869649773359/DBR2012

E o vídeo que fiz da nossa participação:


http://www.youtube.com/watch?v=3DHjTOCMBZU

Lá nos veremos em 2013!
We are Ready!

Abraços & Boas pedaladas.

domingo, 23 de setembro de 2012

Sintra Tranquila

Não podia deixar de vir aqui colocar esta "posta", ainda que bastante atrasada.
A meu convite, levei sete amigos a percorrer alguns dos trilhos do meu quintal. Chamei-lhe "Sintra Tranquila" mais pela falta de adrenalina que aqueles trilhos mais técnicos podem proporcionar, mas se contarmos com as subidas todas, a tal tranquilidade fica-se só mesmo pelo nome.

Não tirei fotos, apenas a que se mostra em baixo...
No entanto, foi um passeio mesmo tranquilo e bem disposto. Além dos meus amigos da outra margem, juntaram-se a nós a Ana e o Armadilhas, do grupo "Os Porquinhos da Ilda".
Uma manhã bem passada, em que ainda apanhámos alguma chuva, para dar as boas vindas a mais um Outono!



O track GPS do passeio pode ser conseguido no local do costume, aqui:
http://olimpaneves.blogspot.pt/p/tracks-gps.html

Abraços e continuação de boas pedaladas!

domingo, 16 de setembro de 2012

DBR 2012

Ainda agora acabou e já estou ansioso pela próxima!
Mas assim que puder venho contar toda a aventura. E que aventura.

Para já, só tenho a dizer que foi o melhor que já vivi no panorama do BTT nacional! Ou terei ido a uma prova internacional e não dei conta?! Muito muito bom. TOP mesmo!
Uma organização de luxo, com pessoas e atletas de luxo.
Não há palavras que possam fazer justiça aos agradecimentos que TODA a equipa DBR merece, mas uma nota extra para os mentores deste projecto! Um verdadeiro previlégio termos malta deste calibre por cá! João Marinho e o José Silva, vocês são um exemplo de vida, atitude e coragem!


Os empenos foram do tamanho da prova, monumentais e históricos!
Pela parte que me toca, a maneira que tenho de agradecer é...
I'M READY for 2013!

Abraçorros!

sábado, 15 de setembro de 2012

MISSA em Monsanto

A MISSA foi mais um encontro de amantes de bicicletas em versão Single Speed.
Decorreu em Monsanto numa fresca manhã de sábado, e contou com mais de uma dezena de dedicados amigos!
Apesar de não ter podido estar presente até final do passeio, garanto-vos que foi uma maravilha. Boa onda e companheirismo não faltaram a este pessoal.


O próximo não se sabe ainda quando acontecerá, nem se será aqui pelas redondezas, mas que haverá próximo, pois claro que haverá!

Fiquem atentos.
Abraços e continuação de boas pedaladas!

domingo, 9 de setembro de 2012

Uma voltinha p'ra Maria

O passeio começou à hora marcada, mas com algumas ausências, talvez devido ainda aos resquícios das férias. No Kinita encontraram-se 9 companheiros, já contando com o César, companheiro novo que nos acompanhou e que acabou por sofrer alguns percalços ao longo do passeio.

Arrancámos sob a batuta do companheiro Labouf e cedo percebemos que se assim continuássemos iríamos papar com muitos e muitos quilómetros em asfalto. Com duas bikes singlespeed no grupo e a aversão que a malta nutre por aquele tipo de piso, levou-nos a arrepiar caminho direitos ao singletrack do Mosteiro, arrastando connosco os mais ávidos por aquela pista preta que tão pouco prazer me transmite.

A volta foi maioritariamente por trilhos mais rolantes e fáceis que o costume, fruto da vontade do meu grande amigo e companheiro Pastor em agradar a Gregos e Troianos.
Mas mesmo assim, acabámos por ouvir as bocas e reclamações da praxe quando enveredámos por trilhos menos explorados e nos vimos no meio de capim e terreno lavrado.
Mas, meus amigos, tenham paciência e alguma contenção na atitude e nas palavras, ou então virem para o ciclismo de estrada de vez que deixam de sofrer deste mal que é, de vez em quando, andar à aventura.

Mais à frente e devido à muito escassa utilização, um belo trilho também se encontrava muito fechado pelas silvas, o que nos obrigou a recorrer ao meu pequeno canivete para conseguirmos passar sem grandes cortes e arranhões.
Nesse momento sentimos saudades do nosso companheiro Best e da sua tesoura de poda.

Antes ainda de lá chegar, a primeira queda do companheiro César. Um OTB cuja aterragem foi em cima do José Fernando! Ainda havia de dar mais duas (!). Uma numa descida de areia e outra, menos de 2kms à frente, já nos estradões das hortas na Costa da Caparica devido a uma brincadeira menos feliz.
Felizmente que o resultado foram apenas uns arranhões, mas seguiu caminho com os dois joelhos e os dois cotovelos com manchas de sangue e poeira.

A paragem para café foi num sitio onde já não parávamos fazia tempo e duvido que voltemos a parar tão cedo. Demasiado caro comparado com todas as opções que por ali existem.
Após a tradicional passagem pela ciclovia das praias, o grupo dividiu-se, tendo ficado apenas eu, o Pastor, o Castanheira e o Rui Santos para concluir o restante passeio enquanto os outros companheiros rumaram diretos a casa, por asfalto.

Já depois da divisão do grupo e na direção da Cova do Vapor...

Alguns trilhos na Cova do Vapor e vai de seguirmos em direção ao Trilho das Pontes e, contornando o Onda Parque, chegamos ao Trilho do Canavial.

Castanheira de SingleSpeed com o Pastor na sua roda a caminho do Canavial...

Uma semana de noites mal dormidas e o passeio de ontem com a Marta por Sintra, aliados ao ritmo demasiado vivo imposto pelo Castanholas fez-me começar a sentir caímbras, obrigando-me a comunicar o mesmo aos meus companheiros e pedir-lhes que moderassem um pouco o ritmo, pedido ao qual acederam sem cerimónias, permitindo-me chegar ao final sem recorrer ao pedestrianismo.

Rui Santos...

Daqui para a frente não tem mais estória, tendo trilhado os caminhos do costume até Santa Marta de Corroios, onde chegámos às 12h50, com 48kms percorridos e trepados cerca de 600m D+.
Com tanto trilho rolante e fácil, esta foi sem dúvida uma voltinha para repetir com a Marta num dia destes...

O link para as poucas fotos que tirei:
https://picasaweb.google.com/102105685869649773359/QuintalSMEmModoSSTake3
O track GPS pode ser descarregado no sitio do costume.

Abraços e boas pedaladas!

sábado, 8 de setembro de 2012

Um Love2Ride diferente

Mais um sábado, mais um dia de treino aqui para esta dupla de ciclistas de fim de semana.
O palco da aventura? Sintra, claro. Mais dos mesmos trilhos, pois não nos conseguimos cansar de tanta beleza.
Embora, e fruto do cansaço acumulado ao longo da semana laboral, o passeio tenha sido um pouco mais curto que o habitual, não deixou no entanto de ser super agradável e com a sua finalidade bem marcada. Aprumar a forma fisica e mental para o próximo fim de semana em que iremos percorrer os trilhos da Serra da Abobereira, nas imediações de Amarante, aquando da prova "Douro Bike Race 2012" em que iremos marcar presença na 4ª etapa.

Será um desafio interessante e duro para a nossa comitiva, mas espera-se um final feliz para a epopeia que iremos enfrentar.

Fox em acção no Trilho dos Gnomos...

Hoje e à semelhança de todas as passeatas, as fotografias foram acontecendo ao longo da manhã, mas foi no Trilho dos Gnomos que aconteceu a sessão fotográfica do passeio.
A SSMachine sofreu alguns melhoramentos ao nível dos componentes e nada melhor que umas fotos para exemplificar o bem que lhe ficam.

Foi o dia de testes à nova suspensão RockShock Reba RL e ao novo disco mecânico Avid BB7 com o rotor flutuante da Hope, o Mini Light, que, com 160mm de diâmetro provou ser verdadeiramente eficaz na travagem do conjunto. Com a frente muito mais dinâmica e equilibrada, a bicicleta está com um comportamente muito mais correcto na leitura do terreno e consequente pilotagem e segurança.

A minha SSMachine já a ostentar, orgulhosa, a nova frente...
Marta à espera que eu acabasse a sessão fotográfica à SSMachine...

Seguimos, com tem sido rotina nestas últimas semanas, na direção de Penedo, mas abolimos os quilómetros iniciais dentro da Quinta do Pisão. Trepámos forte as rampas da Tapada do Saldanha, assim como trepámos forte a subida que sai pertinho da Praia da Adraga até Almoçageme, para corrigir uma opção que ponderámos e que se revelou pouco acertada.

A entrar na povoação do Penedo...
Figuras "esculpidas" em sebe, num antigo lavadouro municipal...
A corrigir um pequeno devaneio, em Almoçageme...

Foi na povoação de Almoçageme que fizémos a paragem para retemperar forças. Na esplanada do café fomos bem atendidos, com simpatia e prontidão e pese embora as minhas opções gastronómicas não terem sido as mais bem sucedidas, foi um intervalo simpático e aprazível.
O casal de meia idade na mesa ao lado acabou por meter conversa connosco e a bem da verdade, a simpatia dos senhores transbordava e foi somente depois de nos despedirmos dos mesmos que nos lançamos novamente aos pedais para subir, por asfalto, até aos Capuchos.

A sairmos da povoação de Almoçageme, direitos ao Pé da Serra...

A manhã não teve o total de quilómetros das restantes, mas teve um desnível acumulado total de subidas muito respeitável, o que me leva a crer - e a acreditar -  que é possível que a minha amada cumpra o acumulado proposto para a última etapa da DBR com mais facilidade do que ela própria está a pensar.

No próximo domingo, no final da tarde, teremos essa dúvida dissipada.
Claro que, assim que oportuno, vos virei dar notícias da nossa aventura por terras de Amarante!
Irei também preparado para a captação de imagens em vídeo. Há bastante tempo que não faço um filminho do género, mas não posso deixar passar em branco esta aventura!

Fiquem atentos!
Abraços e continuação de boas pedaladas.

O link para a galeria de fotos que fui tirando ao longo do tranquilo passeio podem ser vistas aqui: https://picasaweb.google.com/102105685869649773359/Love2RideUmaSintraDiferente
O track GPS tem que ser corrigido e editado, pelo que estará online assim que oportuno.

domingo, 26 de agosto de 2012

Quintal em modo SS - Take 2

No domingo passado fui a mais uma voltinha pelos trilhos da outra margem.
Novamente acompanhado da minha SSMachine e por alguns dos amigos do costume.
Uma passeata tranquila sem os precalços que caracterizaram as anteriores.

Na "pista" criada pelos nossos amigos dos calções largos (ehehehehe)...

A determinada altura, fomos confrontados com a hora de ponta no singletrack que fica mesmo pertinho do Almada Forum. Um passeio pedestre com, à vontade, mais de meia centena de participantes, deslocava-se em sentido contrário ao nosso e como mandam as regras, calhou-nos a nós esperar que os caminheiros passassem todos.

O que diga-se, e a bem da verdade, demorou um bocadinho.

Grupo muito grande que nunca mais acabava de passar...
E continuavam a passar...

Há por aquelas bandas algures, um pequeno trilho que tem duas variantes. A dificil, técnica e ligeiramente agressiva na sua parte final, com dois "degraus" bastante imponentes para terminar, ou a variante fácil.

Foi esta última que eu e mais uns quantos companheiros escolhemos para o percurso de hoje. Um singletrack fácil, sempre a descer, que percorremos a uma velocidade estonteante. Com uma margem de relativa segurança para o Prates que rolava à minha frente, o GPS acusou mais de 50km/h, o que para o trilho em questão nos garantiu a todos uma viagem com a adrenalina a bombar bem forte.

Após uma descida louca a velocidades loucas e já depois dos restantes companheiros terem chegado...
Artur, eu e o Bruno. Visivel também o amigo Prates...
Fotografo e restante grupo...

Daqui á paragem para o tradicional cafézinho foi um instante.
Parámos no café que tem servido as nossas últimas passeatas e mais uma vez, tinha tudo o que precisávamos e/ou queríamos para nos satisfazer os apetites.
Eu bebi o costume e comi uma bola com creme! Café no final, junto com o cigui da ordem para rematar a "cenaça".

No café, a tratar um problema na maquina do Edgar...

A procissão pela beira das praias fez-se tradicionalmente, com a paragem para a foto a constatar até que ponto parecem formigas na areia, os vereneantes que se concentram à beira da água, ao longo daquele língua arenosa e nestes dias quentes de Agosto.

Na Caparica, a ver o mar e as formigas ao fundo...

O regresso para Santa Marta também decorreu sem incidências de maior, tirando o furo que assolou o pneu do Artur a escassos minutos do final da passeata.
Felizmente abrigados à fresca pelo pequeno pinhal, tardámos uns bons minutos até ter o problema completamente resolvido.

A camara estava tão feita ao pneu que pareciam um só, o pneu e a camara de ar. Estava literalmente fundida à carcaça do pneumático e só à força de braços a separaram do mesmo.

Problemas na transmissão?! A malta não sofre disso. Castanheira e a sua mais recente SS...
Uma camara algo apegada ao "seu" querido pneu...

A malta aproveitou o descanso como lhe apeteceu, que o diga o Edgar que quase bateu uma soneca (!)
A volta teve a distância normal, pouco mais de 45kms e um acumulado pequeno que contrasta com o tradicional espirito santa maltense, sempre elevado.

Neste domingo não foi excepção...

Durante o remendo do furo do Artur, a escassos minutos de Santa Marta...

Link para a galeria de fotos:
https://picasaweb.google.com/102105685869649773359/QuintalEmModoSSTake2
Link para a galeria de fotos do Dário Santos AkA Dfilp:
https://picasaweb.google.com/103088772956402303483/Quintal26Agosto2012#
Link para Track GPS do passeio:
http://www.gpsies.com/map.do?fileId=icrdxniozrenzfgs

sábado, 25 de agosto de 2012

Do Pisão à Ulgueira v45k

Ultimam-se os treinos para a nossa participação na "Douro Bike Race" e para tal nada melhor que uma voltinha pelos trilhos da nossa bem conhecida serra de Sintra.
Só depois de tiradas umas fotos deste duo dinâmico - dinâmico mas pouco hehehehe - e em modo auto-retrato é que nos fizemos aos trilhos.

Cedinho, cedinho, sem mais ninguém na barragem do Rio da Mula...

Começámos mais cedo que o habitual e largámos da barragem pouco passava das 08h30. Rumámos, em semelhança das últimas vezes, aos trilhos da Quinta do Pisão. As últimas ligações que costurei resultam bem, aproveitando cerca de dez quilómetros de caminhos de todos os níveis  e graus de inclinação antes de proceder à subida da encosta Sul da serra, pelo lado da Peña Longa, entre a barragem do Rio da Mula e a Lagoa Azul.

Nos trilhos da Quinta do Pisão...

O dia esteve muito bom para pedalar. Algum calor, mas nada excessivo, uma brisa ligeira e um céu azul salpicado com uns farrapos de algodão, aqui e ali.

Quinta do Pisão...
Alguns "pencos" na Quinta do Pisão...

Como já disse anteriormente, estes 10kms de "aquecimento" são muito bons porque tem trilhos muitos variados, quer na sua tecnicidade quer na sua dureza.
Desde estradões de excelente piso a carreiros pedregosos e técnicos, desde subidas curtas e longas, de bom e de mau piso, técnicas e exigentes a descidas serpenteantes por singletracks.
Um pouco de tudo envolvido numa paisagem soberba e tranquilizante!

Novamente, Pisão...
Marta bem disposta...
Uma paisagem diferente da restante zona envolvente...

Após deixarmos para trás a Quinta do Pisão começamos a longa subida até á zona dos Capuchos, onde passamos depois de contornado todo o ombro SE da serra, por trilhos já muito aqui mostrados, como o Maravilha e demais.

A subir pela Quinta da Peña Longa...
Já nos trilhos das propriedades Montes da Lua...
Trilhos húmidos e aquele cheiro característico da terra molhada...

Efetuei umas alterações ao percurso da semana passada para incluir mais uns quantos quilómetros e por conseguinte, um pouco mais de acumulado.
Resolvi que haveríamos de ir passar por uns estradões que não usava há muito tempo e que andam ali sobranceiros a Monserrate, já na encosta N da serra.
Tinha algum receio do estado dos mesmos, mas a sociedade "Montes da Lua" tem-nos bem tratados - resta saber com que finalidade - e acabou por ser um pedaço engraçado.
Descidas longas e largas intervaladas por subidas à sua semelhança, sempre com um piso compacto e rápido, que nos permitia ir rolando relativamente bem e com uma boa média.

Descidas rápidas e de elevar a adrenalina...
Subidas longas e paredes empinadas e curtas...

Mas... E há sempre um mas!
Um pequeno trilho que nos iria servir de ligação para a zona dos Capuchos e que deveria ter o seu início ao pé de um pequeno lago, deixou de existir.
Para ultrapassar essa situação acabámos por entrar num singletrack que eu já conheço de o descer, mas que se encontra muito fechado pelas silvas e outras plantas "picadoras".

Foi um bocadinho complicado para a Marta, quase 1km de picadelas e esfoladelas, mas lá acabamos por passar. Claro que tive que ouvir da minha cara metade todos os insultos possíveis á minha capacidade de improviso eheheheheheheh.
Olha, que culpa tenho eu que a descer quase nem se sintam as silvas (!)

Depois dos Capuchos tomámos a direção do Penedo, para depois seguirmos para a Ulgueira, também por trilhos diferentes da passeata passada.

Durante um breve descanso...
Depois de um engano e muitas silvas e picos depois...
Os tradicionais singletracks da serra, com o "cenário" tradicional...
É um verdadeiro privilégio ter trilhos destes à descrição para pedalar...

A descida desde a zona dos Capuchos é larga e de trilhos muito bonitos, com vistas a condizer.
No entanto é fugaz e passa num ápice. É num instante que estamos no Penedo.
O trilho a seguir é o mesmo que descobrimos há umas semanas. Um singletrack bem engraçado e que nos deixa na estrada para a Azóia.

A paisagem a descer para Penedo...
Trilhos perdidos do mundo à distância de uma aventura. De Almoçageme para Ulgueira...

Percorremos cerca de 200 metros em asfalto e voltamos a cortar para dentro dos trilhos, para novamente ganhar mais uns quilómetros e mais uns metros de acumulado.
Assim que começamos a subir encontro o meu amigo Luís Romão. Estava a petiscar com a família parados à sombrinha! Tinham vindo dar uma voltinha de carro e pararam ali para comer qualquer coisa. No final da breve conversa, que serviu também para a Marta emborcar mais um gel, fiquei a saber que este grande maluco se encontra a treinar para o Ironman de 2013. Haja saúde e doideira na cabeça heheheheheh
Ah! E tenho que referir que foi aprender a nadar de propósito para o efeito... Ganda Maluco (!)

Depois de nos despedirmos do Romão voltámos a pisar forte nos pedais por mais 1.5km de subida com uma inclinação média de 13%.
Contava com um pequeno mercado - duas carrinhas e 4 bancas de venda - no cruzamento da Ulgueira e, para nossa sorte, este estava mesmo lá. Comprámos umas bananas e uns pêssegos. Fiquei parvo com o total da despesa. Não me lembro ao certo, mas não chegou ao euro.
Daí ao centro da vila da Ulgueira e ao café são uns metros, onde a Marta chegou bastante cansada, mas com o espírito intacto!

A montagem de fotos abaixo demonstra bem o ambiente à mesa. Além de uns rissóis de leitão, ainda marchámos mais uns doces e cafés. Eu bebi inclusive uma Mini que me soube pela vida.
É que estava calor por esta altura...


Julgo que esta foto dispensa mais comentários...

A subida que se seguiu não tem estória.
Foi feita por asfalto desde o Pé da Serra, novamente até aos Capuchos.Daí entramos novamente nos trilhos para nos dirigirmos ao marco da Pedra Amarela e sua torre de vigia que contornamos pela direita.
Uma subida que apesar de fácil é longa e cansativa.

Deixando a Ulgueira para trás, na direcção do Pé da Serra...
Na continuação da larga subida, aqui a caminho da Pedra Amarela...
Depois da longa subida, a merecida descida...

Devido ao adiantar da hora e de termos os patudos em casa há demasiado tempo sozinhos, decidimos rumar aos carros antes do final "oficial" do passeio. Ficaram por cumprir quase mais 3kms que incluíam um bonito e fluído singletrack e mais uns metros de acumulado, já nos metros finais em asfalto.

No resumo, uma passeata já com um nível de dificuldade física médio/alto, mas com muito poucas dificuldades técnicas. Ideal para os treinos da minha amada.
E eu, como tenho feito estas voltinhas todas de SingleSpeed, tenho vindo a ganhar alguma confiança nas pernas e na capacidade que as mesmas têm em levar esta máquina mono-velocidade por todos os trilhos onde me levava a MS. E isto claro está, sem recorrer ao pedestrianismo.
Durante estes 43kms não desmontei uma única vez por necessidade física ou falta de força, pelo que, também para mim, estes passeios têm sido um belíssimo treino.

Quem diria que há poucas semanas me sentia atemorizado com o facto de andar de SS em Sintra e que seria virtualmente impossível....
Afinal...
"The impossible is nothing"

O percurso completo tem pouco mais de 45kms e deve rondar os 1350m D+.
O que nós realizámos tem cerca de 1200m de desnível positivo acumulado (fazendo a média entre os dados do GPS, Garmin BaseCamp e Google Earth.

Link para a galeria completa de fotos:
https://picasaweb.google.com/102105685869649773359/DoPisaoAUlgueiraV2
Link para track GPS do percurso:
http://www.gpsies.com/map.do?fileId=iqkrfyuxgcltcxbf