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terça-feira, 24 de novembro de 2015

10.000 momentos de El Soplao

"Encontraste el Contraste"

Vivimos en una sociedad que tiene miedo a los nombres, en la que nada se entiende sin su contrario, camuflamos con mentiras o eufemismos la realidad, nos da miedo desnudarnos con las palabras, y así vivimos lo más asépticos posible sin aceptar nuestras derrotas; derrota que en mi caso no fue tal, porque no me rendí. 

Por eso cuando me quedé sin agua y un amigo, al que no conozco de nada, me ofreció su bote tras la arenga de "muerde la boquilla y aspira, hombre, que tengo de sobra" me lancé a este relato que había ido macerando con los kilómetros... 

Así al finalizar mi periplo descubrí que grande y pequeño ya no volverían a ser contrarios en mi diccionario personal, sino complementarios. 

Grande fue el inicio, el atávico danzar de la salida, la emoción de los acordes de rock antes de adentrarnos en la oscuridad de la noche y sentirnos pequeños.

Frio en la noche, mucho calor en el aire. Grande la gente de la pequeña Ruente y grande su pequeño puente que nos hizo sentir gigantes, casi héroes, en el resonar de los aplausos para volver a ser diminutos seres en la pendiente siguiente.

Desde la otra parte, por la escarpada subida, divisábamos los frontales como pequeñas luciérnagas de los que aún bajaban el cortafuegos temido que nos había hecho descender de modo precipitado a profundidades desconocidas pero que, donde realmente nos llevaron, fue a un mini oasis lleno de gente paciente que con gesto amable ofrecían el primer alivio reconstituyente.

Y qué grandes se veían nuestras sombras bajo el foco del que venía detrás en la noche.

Con cada pequeño gesto: un saludo, un adelante, una palmada... grandes sensaciones y emociones, cuerpos pequeños, grandes corazones.

Pequeño se iba volviendo mi amigo cuando se alejaba por el camino, aunque yo sabía de sobra que acabaría a lo grande e invisible quería volverse cuando a gritos le cantaba una copla de la más grande, justo cuando dejábamos atrás la luz frontal de la noche para encender el amanecer. 

Fue bonito saber que siendo pequeño se pueden hacer cosas grandes, y comprobar el calor de la compañía de ir en soledad con la belleza del paisaje. 

Fue grande el dolor que me hizo caer y sentir pequeño, y pequeños los gestos, las palabras el ánimo, el aliento de los que me pasaban y socorrieron lo que me hizo comprender lo grande del momento.

Sólo me queda el consuelo de haber encontrado la sensación de que lo contrario de la derrota no es la victoria sino la lucha y así agradecer a esta carrera hacerme comprender a la vez cómo, siendo seres tan pequeños, podemos llegar a sentirnos tan grandes.

Tan grande fue la sensación grabada en mi mente que ocho días después no pude más que volver a hacer todo el recorrido en mi mente hasta que me pudo el sueño de la noche que aquel día no dormí y seguí la mañana siguiente con la agridulce sensación de tener que regresar algún día a disfrutar de aquel campo de batalla, con la sonrisa implícita en el alma. 

Y esa fue al final mi gran victoria, poder reconocer, después de todo, que no es necesario que algo tenga un opuesto para que tenga la vida sentido, que lo grande nos hace saber lo bueno de ser pequeños, que el frío de la noche nos hace apreciar el calor de la gente, que cuando llega el calor nos podemos quedar muy fríos, que la dureza del paisaje no es lo opuesto a su belleza y que la soledad nunca más será una mala compañía. "
Por Ángel S. García García


O bonito texto acima foi retirado do Livro "10.000 momentos del Soplao"...

Serve também para ilustrar, de alguma maneira, o desafio a que me propus e vir aqui publicamente anunciar que já estou oficialmente inscrito nesta mítica Ultra-Maratona, em terras de Nuestros Hermanos e com mais de 160Kms!
Sou um desses 6 malucos Tugas que irão rumar a Cabezón del Sal, bem no coração da província Cantábrica para participar na X Edición del Los 10.000 del Soplao
Siga!!!


Muitas alterações irão surgir nos tempos mais próximos devido ás novidades fresquinhas, e passadas via Facebook (e sobre as quais prometo fazer o devido post) e que obrigam ao "afastamento" temporário da Sandra dos trilhos e destes (e de quaisquer outros) desafios desportivos...
Daí que este será o meu maior - e único na verdade - desafio para 2016 e no que refere às bicicletas de montanha e actividades desportivas!
O MountainQuest fica, uma vez mais, adiado para melhor altura! Provavelmente, 2017...

Depois do desafio Los 10.000 del Soplao, lá para meados de Junho, há-de começar a maior Aventura da minha vida... A maior e mais longa Maratona da minha vida, e que se prevê ir mudar drasticamente a minha forma de "ver" a mesma.
E não, não deverão ir existir projectos de BTT - ou outros de cariz desportivo - a popular o calendário durante algum tempo.
Existirão, isso sim, fraldas, biberons, noites mal dormidas, birras, papas, chuchas e afins...
E será esse o desafio do momento, a Aventura da minha vida!.

Quando voltarem a existir projectos na vertente desportiva, já deverei ter novamente a companhia da minha Princesa maior!
A ver vamos...

Já dizia o outro canta-autor Português:

"É preciso é ter calma;
Não dar o corpo pela alma"


Até lá, cabe treinar "á muerte" com os planos de treino da equipa Inglesa BritishCycling e aulas especificas no meu ginásio de eleição;

British Cycling Foundation Plan

British Cycling Intermediate and Advanced training Plan


Vemo-nos por aí.
Abraçorros!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ATX by Night - "Fred, o mal disposto"

Se há dias que não correm bem, há noites que correm ainda pior!
Ontem foi uma dessas noites. Não que tenha corrido mal, não se pode dizer que assim tenha sido... Mas que podia ter corrido bem melhor, porra, isso podia!
Até porque fui estrear a nova transmissão que o Bruno Aguiar montou na minha máquina.
O novo sistema Shimano Deore XT de 2015, pretinho e brilhante!
Nova pedaleira com 2 pratos, de 26 e 36 dentes respectivamente e 11 velocidades na traseira, com uma amplitude que vai desde os 11 aos 40 dentes, capazes de trepar paredes. Uma mudança profunda na configuração que costumava usar. Inclusivamente com regresso aos novos e remodelados triggers XT que vieram substituir o meu velhinho rotativo Sram X0 e que têm um comportamento estupidamente suave e reactivo...




Uma mudança pensada e planeada para corresponder aos desafios que se avizinham no horizonte e para me poupar um pouco as pernas e ter transmissão para acompanhar os devaneios e andamento da Sandra nas provas!
Posto isto, é fácil perceber que a noite tinha como principal objectivo o teste ao funcionamento de todo o sistema antes do desafio do próximo sábado, a já mítica "Rota do Alpinista"...
Mas, se toda a montagem funcionou na perfeição, sem qualquer falha, assustadoramente silenciosa, precisa e com um tacto simplesmente fantástico, já o meu bem-estar e boa disposição ocupou o extremo oposto da escala.
Estava mal disposto como há muito não me sentia. Durante as mais de duas horas que durou a volta estive à beira de me vomitar todo por variadíssimas vezes. O estômago ardia-me como se tivesse apanhado uma monumental bebedeira na noite anterior e estivesse ainda de ressaca.
Com uma azia tal que me parecia ir explodir em chamas a cada solavanco do caminho...

Mal e porcamente fui-me aguentado ao forte andamento dos meus amigos...
Sem grandes cerimónias fui arrastando o esqueleto montes e caminhos acima. E, junto com o resto grupinho, sem qualquer misericórdia ou compaixão pelo meu lastimável estado, acabámos por cumprir cerca de trinta quilómetros.
Mantinha a força nas pernas, mas era só o que me restava...
Só me apetecia caminho tranquilo e nada de solavancos, e nestas redondezas só há pedras e caminhos técnicos, regos, raízes e mais pedras... Por volta das 23h e quando terminámos a foto de grupo acabei por dizer aos meus companheiros que iria rumar por asfalto ao carro, resignado e mal disposto, mas não me deixaram seguir sozinho e lá me convenceram a seguir com eles os restantes quilómetros.
Assim que agarro na bike para me fazer ao restante caminho, o pneu da frente estava quase totalmente vazio. Não aparentava ter melhor saúde que o dono!

Meto-me a dar à bomba! Nem câmara de ar suplente tinha para trocar caso fosse necessário.
Meto-lhe o ar suficiente para seguir mais uns metros por asfalto junto com os meus companheiros.
Aqui o "Gru" cada vez estava pior. Continuava a conseguir segurar os vómitos, mais por não querer ficar com aquele gosto a azedo na boca do que por necessidade...


Voltamos a parar um ou dois quilómetros mais à frente e eu volto a dar à bomba para repor o nível de ar que se tinha escapado pelo teimoso furo, cujo líquido selante, aparentemente, não conseguia resolver...
Estava cada vez mais mal-disposto e o meu ânimo era equivalente, com a malta amiga a ter que gramar com o meu mau e "aziado" feitio, coitados(!)

Acabo novamente a ser convencido pelos meus companheiros a seguir com eles em vez de seguir pela estrada por onde mandava o GPS e por onde, na teoria, seria o caminho mais curto de volta ao carro. Faltavam cerca de 7.5km para o final...
Rumamos direitos a Montemuro e ao já conhecido e famoso "Trilho do homem morto" para irmos depois dar à povoação de Lousa e aí apanhar novamente o apetecível asfalto.
Em menos de nada estava de novo em Guerreiros, ao pé do carro, de volta completada....

Mas, porra, que custou! Oh, se custou...

Obrigado malta por terem a paciência de me aturar e não me terem "deixado" regressar sozinho!

Vemo-nos por aí - Preferencialmente mais bem disposto!
Abraçorros.

domingo, 15 de novembro de 2015

Corre Jamor 2015

O Domingo acordou em tudo semelhante à restante semana.

O Sol brilhava descomprometido numa manhã cristalina e convidativa. O dia ia subindo no alto do seu vigor mantendo a temperatura ideal para enfrentar a aventura que nos levava ali aos três e a mim em particular. Ainda não eram 09h já estávamos no Estádio Nacional do Jamor, a caminhar para o local onde iria proceder à recolha do meu dorsal para a 6ª Edição do evento "Corre Jamor".
Ao aceitar o desafio do meu amigo Luís Estevão, estava também a comprometer-me com o maior desafio desta minha, ainda curta, carreira de corredor. Iria enfrentar a minha segunda prova de 10kms, mas com a variante de esta ser num sobe e desce constante, desenrolando-se num piso misto e que foi desde o asfalto, passando pela borracha da pista dos 400m do Estádio de Honra do Centro Desportivo Nacional do Jamor, a dezenas de metros em empedrado e vários quilómetros por pistas, caminhos e trilhos de terra batida, bem à fresca envolvidos pelo pinhal que rodeia a zona.
O levantamento do Kit de atleta aconteceu sem qualquer espera. Foi chegar e levantar o saco onde constava alguma publicidade, uma t'shirt técnica, o chip de controlo de tempos e o respectivo dorsal.
Um pouco depois encontro o Luís enquanto este se preparava para levantar o kit dele. Os cumprimentos da praxe e seguimos para o carro que estávamos ansiosos. Quer se dizer, eu estava. A Sandra e o Migas, não!
Chegámos muito cedo e essa espera aborreceu o Miguel. Ainda fizemos umas séries nas escadarias das bancadas do estádio até que foi horas do aquecimento geral dado por malta do Holmes Place. A bem de verdade, foi mais divertido do que técnico, mas serviu para acordar os músculos e por o sangue a correr com mais pujança e vigor. O Miguel é que não achou piadinha nenhuma àquela malta toda a tentar acertar numa coreografia demasiado estranha e descoordenada.

A partida foi dada às 10h30 sem atrasos.
Curiosamente, toda a ansiedade de há uma hora atrás era, naquela altura, uma mera recordação. Estava super tranquilo. Apronto o Strava e preparo a Playlist enquanto me vou mexendo para não arrefecer em demasia. Fazemos um minuto de silêncio em memória das vitimas do atentado de Paris e segundos depois ouve-se o tiro da partida.
Arranco bastante bem posicionado, bem colocado perto do arco de meta e à frente de quase 1700 atletas. O Luís, com quem entrara na manga da partida já havia encontrado o seu lugar ainda mais à frente, na busca do seu melhor tempo e objectivo pessoal.
Saio com um ritmo resguardado e comedido. Tinha ideia que a prova seria dura, com bastantes subidas e muito mais técnica do que a minha primeira e única experiência até então naquela distância. Sabia que o meu sucesso - e conseguir cumprir o meu objectivo - estava directamente relacionado com o ritmo com que iniciasse a prova e com que fizesse os primeiros dois ou três quilómetros.
Mas não é fácil um se controlar quando todos aparentam ir a fundo. No entanto, consegui manter o meu ritmo com rédea curta, mas por essa razão fui ultrapassado por centenas de participantes nos primeiros três quilómetros da prova... Até começarem as subidas, na verdade!
Saímos do Estádio de Honra para descermos na direcção da zona de canoagem num dos extremos do parque. Contornamos tudo e num ápice estamos a apanhar as primeiras subidas da manhã. E começou o meu deleite! A primeira rampa de gravilha que apanhamos leva-nos de novo a passar na porta do Estádio para seguidamente entrarmos nos trilhos de terra, ao quilómetro 3.
Na primeira subida que enfrentámos, a de gravilha, com cerca de 300 metros de extensão, comecei a ultrapassar malta. E foi assim até ao km3.5 para depois apanharmos uma descida até chegarmos ao km4, onde a vista era absolutamente brutal, com os olhos a pousarem em ambas as margens do rio, com ás aguas do Tejo tranquilas pelo meio, banhadas pelos reflexos de um belo dia de sol!
Neste ponto voltamos novamente a subir e eu volto a começar a ultrapassar companheiros que há uns minutos me tinham passado a mim. Muitos deles já caminhavam ao invés de correr... A subida terminou ao Km 5.4! Sempre a subir por trilhos e algum empedrado. Até aqui anda vencemos uma boa rampa que chegou bem perto dos 23% de inclinação - segundo o Strava - Bom, mas bom!
Os meus pés calcavam trilhos de terra batida desde o km3 e pouco ou quase nenhum asfalto haveriam de apanhar novamente. E sentiam-se bem. O motor a Diesel estava a começar a ficar quentinho e os pístons - entenda-se, pernas - mostravam sinais disso mesmo. A cada passada dada sentia-me mais leve. As subidas pareciam todas ao meu jeito e sinceramente só me lembro de subir... Pouco de cada vez, mas subia-se! As descidas serviam para descomprimir e abrir um pouco o passo, sempre com cuidado que calçando sapatilhas de estrada, a segurança que senti na passada nunca foi a melhor.
Nas rectas tentava "rolar" com o passo mais solto que conseguia e fui constantemente a ultrapassar gente. Lá volta e meia era ultrapassado por uma mulher-bala ou homem-bala... Mas alegrava-me o facto de que me sentia bem e, aparentemente, estava a dar conta do recado.
Ia atento à voz que me soprava ao ouvido os tempos por quilómetro que ia a fazer. Esta lá me ia dizendo: "último quilómetro a cinco minutos e...." E era o que me bastava ouvir!
O meu objectivo para esta prova era o de a completar num tempo inferior a uma hora. Se conseguisse baixar o tempo da Bimbo Energy Race tanto melhor mas sabia que isso seria virtualmente impossível. Já cumprir estes 10kms de piso misto, num rompe-pernas constante, era o desafio mais audaz a que me havia proposto nesta "cenaça" da corrida. Além de que seria um genéro de iniciação ao Trail e só isso era sinónimo que não podia comparar ambas corridas. Mas não tinha outra para referência.
De cada vez que a voz dizia "5 minutos", eu sabia que estava capaz, e mais perto, de cumprir o meu objectivo! Os segundos eram secundários e até metade da prova apenas me foquei em manter-me abaixo dos 6 minutos por quilómetro mantendo determinado ritmo e a passada o mais certa possível. Coisa complicada que é, percebi na altura, enquanto se corre no mato e em trilhos estreitos, com raízes e pedras, buracos, regos e outros pés que não os nossos com os quais nos temos que preocupar...
Haveria, ao Km5 um abastecimento líquido. Apenas água mas que aproveitei. Dei apenas uns quantos golos pequeninos e larguei a garrafa ainda não tinha deixado o empedrado. Esse maldito empedrado que foi o piso que mais me custou a vencer e ultrapassar.
A partir daqui e sentindo-me bem, comecei a pensar em fazer melhor do que até ali.



Comecei a correr com outro objectivo. O de melhorar os tempos por quilómetro que estava a fazer até então. Comecei a apontar para baixar dos 5 minutos por quilómetro mas tal acabei por não conseguir. Não é fácil com trilhos técnicos e sinuosos e malta a correr junto a nós. A segurança esteve sempre primeiro. A minha e a daqueles que ia ultrapassando, para não fazer ninguém tropeçar numa ultrapassagem mais forçada... Quando tinha que abrandar porque não conseguia passar em alguma subida ou outra zona, abrandava e esperava. Por vezes fui passado nestas alturas e acabava por seguir atrás desse atleta. Nos trilhos mais estreitos foi assim que geri a minha corrida. Mas, por várias vezes me vi obrigado a seguir num ritmo muito abaixo daquele que poderia levar.
Ainda assisti a uma queda de um companheiro que ia à minha frente. Não percebi se por câimbras se por outra razão qualquer, mas como ficaram logo dois companheiros com ele, nem parei. A bem da verdade, nem sequer abrandei o passo, tenho que admitir.
Meia dúzia de metros depois, nova rampa, curta e intensa, que fiz de passo mais curto mas certo, sem me permitir sequer abrandar o ritmo cardíaco. No topo desta já nem me lembrava mais do companheiro que havia ficado sentado na beira do trilho, nem do sofrimento e dor estampadas no seu rosto.
A determinada altura vejo a placa com indicação do KM 8, mas desta vez não esbocei sorriso algum. Estava colocada em plena subida e a única coisa que fiz foi um cerrar de dentes e meter na passada seguinte toda a potência que ainda tinha para dar.
Pensei para mim: "Se ainda tens forças, é bom que as esgotes nestes dois últimos quilómetros!"
E apertei ainda mais o passo, chegando a conseguir fazer 5:06/Km nesses 1000 metros seguintes mas sem conseguir descer abaixo da mítica marca dos 5 minutos ao Km!
Mais um bocadinho de rompe-pernas até ao final, sempre por trilhos de terra batida e sempre por um percurso muito bonito. A determinada altura, e ainda antes de entrarmos no último quilómetro, começamos a ver novamente o Estádio e toda a zona da meta por entre o denso arvoredo. Entramos no topo das bancadas e passamos por dentro da tribuna de honra, e que foi para mim um dos momentos altos e mais marcantes de toda a corrida. Contornamos o estádio, voltamos aos trilhos e uns metros depois estamos a chegar à entrada do Estádio de Honra, novamente.
Uma subida final ligeira a escassos metros da entrada no estádio. Levanto a cabeça após ultrapassar mais um companheiro e vejo o Luís, que, com o seu tradicional sorriso, me acena e com o polegar em riste me atira um:
"Boa corrida man, boa corrida!" - Ou algo assim...
E aqui sim, voltei novamente a esboçar um sorriso! Já o havia feito em várias alturas e principalmente quando passamos na zona da tribuna de honra com todo o estádio e festa, literalmente, aos nossos pés!
Estava a metros de conseguir finalizar a minha corrida e tinha-o feito cumprindo o objectivo a que me havia proposto!
Entramos no estádio com muita gente a assistir e temos mais 400 metros de Tartan até cortar a meta! Foram uns momentos intensos, tenho que admitir...
O ritmo naquela pista de borracha era o mais alto que conseguia naquela altura e o ambiente diferente de tudo o que já havia presenciado. Entro na última curva e a 75 metros da meta levanto os olhos para o cronómetro digital... Marcava 00:52:48! Sem grandes alaridos, mas também sem me conter felicito-me com uma palmadinha no ombro. Sempre havia conseguido o meu objectivo de terminar dentro da uma hora de prova. E por pouco não igualava o meu tempo da minha primeira prova, muito mais fácil que esta! Terminava a minha prova com o tempo oficial de 00:53:11!

O meu ritmo médio foi de 5:19 min/km o que foi uma boa recompensa pela meu esforço naqueles trilhos. Foi uma prova excelente, na qual me deu um prazer enorme em participar e à qual conto, sem sombra de dúvida, regressar no ano que vem!
E espero ter a companhia da minha companheira, que hoje não pôde participar por motivos de força maior. Mas que tenho a certeza que irá gostar da prova e do percurso tanto quanto eu gostei.
Até porque isto de correr tem a sua piada, mas acompanhado por quem se gosta, sabe ainda melhor!

O resumo final da minha participação resume-se ao diploma aqui ao lado.

Apesar de ter levado comigo uma fotografa profissional, não tive direito a uma única foto em plena actividade...
Assim não há condições, digo eu!

Passei depressa demais disseram as más línguas(!)

O próximo desafio é a Rota do Alpinista que já vai na sua 2ª Edição.
Dizem os autores da coisa que vai ser dura e tendo a concordar. Mais de uma centena de quilómetros com mais de 3000 metros de acumulado positivo a vencer não agoiram tarefa fácil, mas lá iremos de cabeça erguida e de peito aberto, enfrentar um dos maiores desafios do ano!
Cá virei depois dar noticias dessa tareia...

Vemo-nos por aí.
Abraçorros!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Let's meet at the park


LET'S MEET AT THE PARK
 é o titulo do treino que irá ter lugar na próxima segunda-feira, dia 09, pelas 19h15, no Parque Eduardo VII, em Lisboa. É organizado pelo grupo Correr na Cidade e terá a distância aproximada de 10kms e a duração, também aproximada, de 50 minutos.
Ainda que gratuito, requer confirmação de presença no Facebook do grupo!

O treino será um misto de estrada e trilhos, a calhar mesmo bem para a minha preparação para o Corre Jamor já no próximo dia 15. E por falar nesta prova, já tenho dorsal atribuído e será o 1231. Número engraçado!

Será a primeira vez que corro/treino com esta malta. Vamos lá a ver como corre... Depois venho dar notícias. Mas presume-se um bom treininho. Talvez até tenha a companhia da Sandra!

Vemo-nos por aí!
Abraçorros.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

54ª Corrida Nocturna EXPO



54ª Corrida Nocturna Parque das Nações

Foi a primeira vez que me juntei a este grupo para fazer um treino nocturno na zona do Parque das Nações. Um convite no Facebook e foi o que bastou. Ás 20h30 estava à porta da loja Kid to Kid Expo para um treino de corrida nocturno. Estava eu e mais uns vinte caramelos (e caramelas).
Pensava eu que éramos os únicos, mas estava redondamente enganado. Na noite escura juntaram-se, à vontade, mais de uma centena de participantes. Só percebi depois que este "ajuntamento" é normal e acontece assim quase todas as terças-feiras do mês, como podem ver aqui.

O treino começou com uns alongamentos e depois dividimos-nos em grupos mais pequenos, consoante o andamento. Optei por me juntar ao grupo que iria correr a 5:30/km.
Podíamos optar por treinar a 4:30/km, 5:10/km, 5:30/km, 6:00/km ou 7 minutos por quilómetro. Havia ainda um grupo de caminhada.
Podem bem ver a quantidade de pessoas que se juntaram.

A noite estava escura e a falta de iluminação na zona ribeirinha não ajudou em nada. Apenas os elementos "guia" de cada grupo tinham frontal. Ainda assim, correu-se bem, apenas tendo que ter alguma atenção extra ao piso e irregularidades do mesmo.

O meu grupo era composto por uns 7 ou 8 elementos. Todos se conheciam com excepção feita aqui ao vosso pseudo-cronista. Como levei o MP3 e os phones nos ouvidos também pouco abri a boca. Ainda assim e com o pouco que falei, deu para perceber que a malta é acessível e simpática.
Corremos sensivelmente 8.5kms, durante 45 minutos. Nunca cheguei a sair da minha zona de conforto e penso que podia, com relativa facilidade, ter acompanhado o grupo dos 5:11!
Mas como estou em fase de recuperação e não me quero "esticar", foi a melhor opção.

Após isto fizemos mais uns minutos de alongamentos que souberam mesmo bem.
O grupo disponibiliza sempre no final águas e fruta pelo que vim para casa a roer uma maça.
Não fiquei com o registo do Strava porque aquela treta não gravou nada. Eu e a brasileira temos mesmo um relacionamento muito conflituoso(!)

Foi mais uma experiência. Não sei se irei repetir porque acaba por terminar muito tarde, já perto das 22h, mas ainda assim valeu muito a pena. Gostei!

Vemo-nos por aí!
Abraçorros.


domingo, 1 de novembro de 2015

Entre aguaceiros

Bem, chamar aguaceiro à quantidade de água que caiu do céu neste domingo não é, de todo, o termo mais correcto.
Choveu "que se fartou" é o mais perto da realidade sem entrar em especificações mais obscenas!
Sem cerimónias, o primeiro dia do mês de Novembro brindou-nos a manhã com chuva para dar de sobra!

A mim, já me apetecia ir correr desde Sábado, mas por vários motivos não mo havia sido possível. A neura instalada bem pedia uma corridinha - ou qualquer outra actividade física - para contrariar, mas tal não foi possível e lá tive que me contentar com a louça para lavar e o chão para aspirar...

Mas domingo houve tempo matinal para a tal corrida.
O problema é que choviam canivetes quando abri os olhos e os pousei para lá das vidraças da janela, ainda não eram 08h da manhã.
No entanto, estava decidido!
Haviam coisas para fazer e outras tantas para preparar, mas havia tempo para tudo.
Vamos à rua, eu e o patudo, debaixo de chuva intensa e voltamos para casa já meio molhados!
Seco-lhe a cabeça e patas e encho-lhe a taça de comida. Visto os calções, preparo o leitor de MP3, aperto os atacadores das sapatilhas, espeto um beijo na Sandra deitada no sofá, despeço-me dos miúdos agarrados aos desenhos animados na TV e saio para a rua.
Fecho a porta da rua, meto a tocar a Playlist escolhida e ligo o Strava. Assim que dou o primeiro passo percebo que havia parado de chover. Boa!

Saio em passo de corrida ligeira na direcção da zona ribeirinha da Expo. Com a pressa ao sair de casa esqueci-me de aliviar a bexiga e aproveito uma zona meio escondida para o fazer. Realmente, "Correr é um NOJO!!" mas a malta da corrida é mesmo muito desenrascada (ehehehe)... Faço a mijinha que preciso de fazer e sigo a correr, novamente de passo ligeiro e tranquilo, a descer...

Estava motivado e a sentir-me bem. Tão bem, tão bem, que até pensei que a brasileira sexy do Strava se havia enganado quando me diz ao ouvido que tinha percorrido o meu segundo quilómetro em: "5 minutos e seis segundos".
Isto dito com aquele sotaque brasileiro quase me deu um orgasmo ali na hora. Bolas que estou forte. Ou isso ou a gaja do Strava passou-se!
Mas não. Nem estou assim tão forte nem a voz sexy do Strava se tinha enganado.
Ia confortável e sem excessos mas o meu ritmo era mesmo aquele e até acabei a bater alguns tempos anteriores de treinos com a Sandra, coisa que achei que ia demorar a acontecer. Parecia eu que ia a voar baixinho, quase a planar por cima das poças de água e praticamente sem tocar nas madeiras dos passadiços. Não, claro que não. Isso já era eu a divagar. Logo eu que sou um cepo a correr, sem técnica nenhuma, e que, de Queniano não tenho mesmo nadinha.



Mas o melhor de tudo foi que, mesmo num registo já mais alto e com 7kms de treino feito, terminei sem dores em nenhum dos joelhos. Aparentemente, a coisa está a compor-se.

Apenas um pequeno apontamento durante o Km5 - que, felizmente, nada teve a ver com as minhas Patas de Ganso - mas que me fez refrear um pouco o ritmo no sexto e sétimo quilómetros. O último quilómetro de regresso a casa - Sim, corri 7kms mas só registei 6! Eu já tinha dito que eu e a brasileira do Strava temos algumas questões de relacionamento!
Acabei por fazer alguns - poucos - alongamentos já à porta de casa, onde cheguei sem apanhar com chuva na tola, mas encharcado na mesma. Levei o impermeável da Sandra vestido e aquilo é um pedaço de plástico que usa e abusa da máxima: "Não apanhes chuva, encharca-te em suor"!

Mas em resumo, curti que nem um maluco a corrida, a aragem fresca na tromba a refrescar e ordenar as ideias e o chapinhar nas poças, mas, sobretudo, por me sentir de alma cheia!

Gosto da mescla de sensações que a corrida produz!

O próximo desafio, a convite do meu amigo Luís, será o evento "Corre Jamor". 10kms por trilhos mistos do Centro Desportivo Nacional do Jamor, e irá ser a minha segunda prova organizada...
E sendo sincero, estou ansioso! Ui, ui, viva a adrenalina ehehehe
Em princípio terei a companhia da minha cara-metade, mas isso ainda não é certo, infelizmente.
A minha ideia será a de manter (+/-) o tempo que fiz na minha primeira experiência na distância, mesmo sabendo que são corridas diferentes, levo para esta muito mais treino e até já alguma experiência(!)
Se vou conseguir ou não, não sei. Vou tentar! Mas acima de tudo quero divertir-me e chapinhar na lama, onde a houver, que esta prova vai ter trilhos mistos(!)

Vemo-nos por aí,
Abraçorros!