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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Terras do Risco

O dia amanhece solarengo e de um azul límpido, quase cristalino.
Ainda antes de sair de casa podia apostar que o frio lá fora devia ser quase glaciar, pelo que devido a esse facto aliado a estar ainda a curar o resultado do Tróia-Sines da semana passada, saio de casa o mais quentinho que posso.
Mas assim que pedalo os primeiros metros relembro uma falha grave no equipamento. As luvas de verão não servem para estas paragens nestas alturas do ano.
Na zona baixa de Fernão Ferro, a temperatura ambiente bateu nos 0º, pelo que foi dito pelos companheiros que fizeram de carro os poucos kilómetros que nos separavam da rotunda do Marco do Grilo, o ponto de encontro para o real inicio do passeio, uma surpresa rolante da Morgas & Best Productions com a preciosa ajuda da malta dos EuPedalo.com.
Direitos à povoação de Maça fomos rolando por estradões de terra batida entre pinhais e sempre a bom ritmo fomos seguindo depois sob a batuta do Luis Romão até à zona das pedreiras, por terras e trilhos do Risco, finalizando esta na famosa e demolidora subida com o mesmo nome. Tinha dito a mim mesmo que da próxima vez que ali passasse só pararia lá em cima no miradoro natural sobre a baía de Sesimbra, com vistas deslumbrantes e que me recompensariam todo o esforço, mas ainda não foi desta…
Demasiado debilitado ainda para tal tareia, sem cerimónias desmonto aos primeiros metros mais empinados e com a companhia do Cédric fico a ver o Luc e o Luis a fazerem esta grande subida pela segunda vez enquanto esperam pelos mais lentos…. Por nós, portanto!
Devagar lá chegámos às vistas que já sabia estarem lá, independentes do sucesso do meu desafio interior, para me consolarem a alma e revigorarem o espirito.
Já não vinha sentindo frio fazia muito tempo. O sol já brilhava quente, ainda que baixinho, no horizonte. Neste pequeno recanto a várias centenas de metros acima do nivel do mar, pousado sobre um precipicio vertigionoso, as vistas estendem-se até nos perdermos na imensidão azul. Brutal simplesmente. Era capaz de me alimentar para sempre destas sensações, destas ilusões em que tudo pode ser perfeito, de que tudo se une em harmonia, aquela certeza que o pulsar do planeta tem um sincronismo secreto com o pulsar do nosso coração… Perder-me-ia aqui horas a olhar estas paisagens intermináveis!
Mas a fome chegou físicamente como um ruído no lugar da barriga acompanhada da rotineira necessidade de alimentar o corpo, além da alma. Um gel horrível fez as honras da casa, quebrou o encanto do momento, deixou um amargo na língua que apenas saiu com dois valentes golos de água, mas deixou as reservas energéticas de novo operacionais.
Da povoação das Pedreiras para a frente seguiram-se uns trilhos à moda da Arrábida. Terra vermelha, alguma pedra e bastante adrenalina, uns quantos metros a descer e já todos tinham esquecido a dureza da subida anterior levando mesmo alguns companheiros a descer mais que o necessário tal era o ânimo e o embalo!
Pouco depois estávamos à vista do Castelo de Sesimbra, onde iríamos encontrar o singletrack do Castelo, técnico diziam uns, muito bom apregoavam dois ou três, complicado outros tantos… Este single era algo que estava com ânimo para descobrir tal eram as descrições do pessoal e pelos filminhos que circulam na net.
Fiz-me ao trilho, deixando para o Julio uma margem de uns vinte metros. Com uma máquina igual à minha este homem não desilude e dá-lhe sempre com um bom ritmo mesmo nas zonas mais complicadas e técnicas.
Entrando no trilho a uma velocidade muito alta e depois de uns quantos metros de ravina do lado esquerdo, a rolar a mais de 25km/h, rápidamente eliminei a distância que me separava da traseira do Júlio e parar em poucos metros nestas circunstâncias torna-se quase impossível. Logo depois de uma curva fechada à esquerda, sempre em singletrack o Julio abranda e muito, repentinamente, devido a uma secção muito técnica de pedras, que obriga a uma velocidade muito reduzida para ser feita em segurança, fazendo com que eu tivesse que me aplicar a fundo nos travões, no sangue frio e no instinto para evitar uma colisão na traseira do meu companheiro. Ia ser feio, mas ele foi rápido a descer deixando-me aquele espacinho necessário para eu descer logo, mesmo logo depois dele. O homem tem a técnica apurada e foi o que nos valeu, não exitando fez esta minha desatenção nao ter passado de um susto meu e não uma queda de ambos!
Mais à frente um degrau com pouco menos que 50cm surge em simultâneo com o grito de aviso do companheiro Julio. O seu grito de "DROP" surgiu em simultâneo com percepção de ter apenas ar a ocupar todo o espaço sob a roda dianteira. Uma fracção de segundo para corrigir a postura da bike, agarrando forte e puxando pelo guiador deixando a inércia e a gravidade fazer o seu papel. Belo drop, voei completamente, muito boa a sensação digo-vos assim a jeito de desabafo. Mas o problema foi a velocidade a que saltei o degrau e o simples facto de o trilho virar abruptamente à direita o que me deixou muitíssimo pouco espaço para aterrar, abrandar e curvar.
O que é verdade deve ser dito. A geometria da Genius é mesmo adepta destes devaneios, destas aventuras. É super precisa, muito equilibrada e com um comportamente sempre exemplar. A feliz conclusão deste pequeno susto deve-se assim e também, em grande parte, à bike que me acompanha nestas minhas aventuras! Já valeu cada cêntimo, garantido!
Todos chegámos ao final com grandes sorrisos na cara! Uns mais depressa, outros mais devagar, mas todos gostámos imenso deste pequeno trilho, recomendado pelo Dfilp!
Mas com tudo isto, a malta ia acumulando kilómetros nas perninhas e a ideia de beber algo fresquinho estava já muito presente nas ideias do pessoal.
O Best tinha isso controlado e levou-nos a uma bela pastelaria, na vila de Sesimbra, com uma bela coleção de bolas com creme, que a malta esgotou, ficando a sobrar muitas outras delícias para quem é doido por bolos. Junto com uma coca-cola fresquinha soube como um manjar dos deuses, tal era já o cansaço acumulado agravado pela persistente constipação e respectivos problemas e dificuldades respiratórias que vinha a sentir desde o início.
Passei todo o dia assoando o nariz, respirando pela boca, ofegante, enquanto me indagava como tanto ranho poderia caber cá dentro. A única razão que me parece possível é que eu já devo ter o cérebro dissolvido e está a sair pelo nariz… Só pode…
Enfim, maluqueiras que a nossa mente pensa durante as subidas para nos entretermos e esquecermos o queimar dos músculos, para nos esquecermos da subida interminável que temos pela frente e que nos levará mais além, mais acima…
Assim foi durante a grande subida que fizemos desde o porto de Sesimbra. Uma subida de 2.5km, em estradão de terra batida, de bom piso mas longa e penosa.
Junto com o Cédric e o Mag lá fui pedalando, incentivado pelos meus companheiros, puxando eu por eles quando assim foi necessário, metro após metro deixavámos para trás vistas magníficas sobre toda a baía de Sesimbra, Tróia e mais além e iam surgindo à nossa frente outras tão ou mais imponentes. As escarpadas falésias que se erguem abruptas e selvagens sobre o mar, que se estendem até ao Cabo Espichel e o contornam até se perderem nas areias da zona do Meco e Lagoa de Albufeira. A nossa subida terminou bem no topo da falésia, várias centenas de metros acima do azul do oceâno.
Devido ao adiantado da hora a voltinha foi encurtada. Seguindo o Best lá fomos sempre a descer até Alfarim por estrada e assim seguimos até à rotunda do Marco do Grilo!
Aqui nos despedimos de alguns companheiros e foi depressa que nos pusemos novamente no Fogueteiro!
Mais despedidas, de novo os votos de boas festas da praxe, o abraço e o até para a semana, marcaram o final de mais um belo passeio, como aliás já começa a ser normal!

Cédric AkA Tomac98 nas Terras do Risco…

Alguns dados:Total: 71Km
Média: 17.2km/h
Tempo Total: 4h05m
Desnivel sub/acu: Disponivel brevemente
Track GPS: Disponivel brevemente


Os links para as galerias de fotos:
As minhas fotos…
As fotos do Dfilp…

domingo, 14 de dezembro de 2008

“Tróia – Sagres” – O Dia do Dilúvio

Sagres… uma miragem!
Apesar da minha viagem ter terminado em S.Torpes devido a uma quebra psicológica como nunca tive igual e sem coragem para continuar, resta-me dizer que lá voltarei em 2009 para a desforra…
Tendo começado às 08h00, saíndo da localização actual do cais de embarque em Tróia, desisti em S.Torpes onde cheguei pelas 12h40 depois de dois furos e +/- 80 kilómetros.
Para ajudar o meu ciclómetro nunca funcionou durante todo o caminho, nao me permitindo sequer fazer uma ideia da velocidade média a que circulava na altura, distância percorrida, tempo gasto, etc…
Até o mp3 se calou, rendido à furia de tanta chuva!

Nenhuma palavra que escrevesse iria exemplificar melhor o que foi este
desafio. Por isso, deixo-vos com o rescaldo da 19ª edição do
Tróia-sagres do José Carlos no Forumbtt.net que para mim é elucidativo das condições e da dureza que foi todo o percurso!


"Vivam todos,

Nem sei por onde começar….
Em todos os anos que ando de bicicleta, nunca tinha visto nada assim!

Já apanhei muita chuva, lama, vento, frio…. mas na serra as coisas são um pouco diferentes.
Anda-se sempre um pouco mais abrigado ou não sei o que é, mas como hoje…. 

O meu Troia-Sagres este ano estava previsto desde início ser só "meia-dose" já que tinha combinado levar a carrinha de apoio da Ciclonatur uma pare do percurso, permitindo assim à pessoa que todos os anos tem essa inglória tarefa, a possibilidade de acompanhar o António Malvar.

Ainda não eram 07:30h quando nos dirigíamos para Troia e vimos passar os primeiros aventureiros na Comporta. Só até Troia contámos 160 ! 

Por esta altura ainda não chovia, e deve ter sido a única altura durante todo o dia em que isso aconteceu, até por volta das 08:30h. Depois, enquanto o António e a Berta se equipavam, foi vê-los passar. Grupos de 4, 6, 10, 12…. eram aos molhos!

Fiquei na zona da partida a apontar no telemóvel o nº de participantes de cada grupo até perto da 09:00h e qual foi o meu espanto quando mais tarde somei tudo… deu 486 participantes.
Mal arranco, passa por mim um autocarro do grupo Carris com um atrelado atrás com mais de 20 ciclistas….
Ainda voltei para trás para os contar, mas foram em frente para Troia e eu precisava de seguir, mas com estas informações posso afirmar seguramente que este ano partiram de Troia mais de 500 participantes!

À medida que fui avançando e passando os grupos que tinham saído depois das 8, reparei que as caras do pessoal já mostravam algum desânimo e a chuva que entretanto tinha começado a cair bem, estava a começar a fazer estragos.

Como tínhamos deixado para mais tarde a decisão de onde se efectuaria a troca de condutores, fui andado passava o meu grupo, parava, tirava umas fotos, avançava novamente e a história repetia-se.

Uma chamada de atenção que todos os anos se repete, é para as pessoas que vão de carro a acompanhar os grupos não se colocarem imediatamente atrás dos ciclistas.
Assisti a muitos "engarrafamentos" onde estavam alguns condutores que não tinham nada a ver com o passeio e a situações de outros grupos mais rápidos que tinham que pedalar na faixa contrária durante imenso tempo para passar os carros e os ciclistas que iam à frente. Depois o carro de apoio desse segundo grupo, tinha que se enfiar em algum sítio e normalmente era a apertar os outros ciclistas.

Perto de Santo André, apanho novamente os meus "apoiados" e depois de uma breve paragem para tirarem um gel e umas barras do bolso, percebi que as coisas não estavam a correr nada bem e que os pneus smi-slick 1.95 da bicicleta da Berta não tinham sido a melhor opção e o passo demasiado lento que levavam estavam a deixar o António, que já partiu com uma bela "carraspana", completamente gelado.

Decidimos aí que em S. Torpes trocava-mos de posições, o que era demasiado cedo
para mim que apenas queria fazer uns 80 ou 90 Km’s.
Avancei para o
local da 1ª paragem, em frente à termo-eléctrica, equipei-me e fiquei à
espera deles (o que levou mais de uma hora)
para começar o meu calvário.

Por esta altura a chuva aumentava de intensidade e praticamente todos os que ali chegavam a esta hora (12:30h prox) metiam-se nos carros e davam a volta ao barco (literalmente).

Confesso que já fiz muita maluqueira de sair à chuva, andar na Serra da Estrela no pior fim-de-semana dos últimos 500 anos, ir para o trabalho ás 7 da manhã com -2 graus, etc…. mas pegar na bicicleta em S. Torpes hoje, por volta do meio-dia debaixo de uma autêntica tempestade, deve ter batido todos os records. 

Como muitos de vós, não me importo de estar a andar e começar a chover, mas pegar na bicicleta debaixo de uma tempestade como estava naquele momento….. 

Assim que o A.M. comeu uma sandocha arrancámos, e eu pensei sempre que como estava a arrancar "a frio" ia levar uma coça dele mas se eu estava a arrancar a frio, ele estava a arrancar a … congelado.

Seguimos devagar sempre a aliviar quando o vento soprava de frente para não gastar energias desnecessárias, e até fizemos uma boa média (25 k/h) nos primeiros 20 ou 30 km’s.

Depois vieram as cãimbras e em S. Teotónio o A.M. dava sinais de grande dificuldade.
Estava gelado, doía-lhe o peito quando respirava e não conseguia pedalar.

Ainda se convenceu a ir beber um chá quentinho ao Rogil, mas antes da subida de Odeceixe encostou!

Pela 1ª vez em 19 anos, o Homem que deu início, sozinho, a um "movimento" sem igual no panorama das bicicletas no nosso país, não cumpriu o seu objectivo.

Eu, ao escrever estas linhas e recordar a expressão na sua cara, fico
triste (e sei que ele também ficou) e lembro-me das suas palavras:


"Quando fiz 40 anos, o que aqui entre nós, não foi assim há tanto tempo, estabeleci para mim próprio um teste anual para contrariar a sensação de velho que minhas filhas já adultas me faziam sentir." A.M..

Apenas posso acrescentar que estou certo que ainda vai realizar muitos mais Troia-Sagres! 

Quanto a mim, segui em direcção ao Rogil apanhando pelo caminho um grupo de velhos amigos, com os quais já tive o prazer de pedalar por varias vezes, seja em Sintra, nos passeios da Ciclonatur ou até num Troia-Sagres ao qual me "colei" e lá fomos numa amena cavaqueira.

Depois da demasiado longa espera pela tosta-mista do Café do Rogil a questão que se colocava era se seguia com este grupo até Sagres, ou se me metia na carrinha e voltava-mos para trás logo ali.
O problema era que o relógio marcava 15:45h e até Sagres, com aquelas condições íamos demorar seguramente mais de duas horas, o que significava que passávamos a pertencer à classe
"maluquinhos que acabam o Troia-Sagres completamente de noite"


Convencidos os outros ocupantes das viaturas a irem até ao final a 20 km’s hora
(nas descidas) para nos iluminarem o caminho e protegerem
dos outros automóveis, quem tinha luzes montou-as, e lá seguimos.

Esta história que já vai demasiado longa, principalmente porque são 02:30h
da matina, podia acabar já aqui, não fosse a melhor parte vir agora.


Meninos, vou-vos contar uma coisa…. até à Carrapateira a coisa ainda se papou,
mas fazer aquela subida de 9 km’s, com o pessoal a começar a quebrar,
a chuva era tanta, tanta, tanta…. que por momentos pensei que estava ali ao lado na praia do Amado a dar uma surfada.
O vento dobrava as árvores de tal forma que estava a ver quando é que um
eucalipto aqueles fininhos me mandava uma vergastada na tromba.

Entretanto fez-se noite cerrada…. os carros que passavam por nós abrandavam e a cara das pessoas lá dentro era de horror!!!

Resumindo…. há muito tempo que não me divertia tanto na minha vida!!

À memória vieram os dias de menino, que só a bicicleta nos pode trazer de
volta, em que, mesmo sabendo do puxão de orelhas (ou outras coisas)
que
iríamos levar ao chegar a casa, nos enfiávamos dentro das poças de água
e apanhávamos aquelas molhas descomunais com direito a constipação
nos dias seguintes e no meu caso a ser o brigado a ir à escola na mesma que "era para aprender a não andar à chuva".

Foi assim até Sagres com a benesse do vento ter virado e amainado um pouco e de vez em quando dar uma ajudinha.

Tudo isto não se tornou um pesadelo porque felizmente a escolha do equipamento se revelou perfeita para as condições. Casacos, luvas e impermeáveis de boa qualidade foram essenciais.

Um grande obrigado ao António Malvar por ter tido esta brilhante ideia e
por hoje, me ter proporcionado mais um dia de felicidade,
e aos companheiros dos últimos Km’s.

Para o ano o Troia-Sagres faz 20 anos e irá haver surpresas, se tudo correr bem.
Desculpem a seca, mas só leram porque quiseram… 

Abraços e boas pedaladas, molhadas!

JC"
In forumbtt.net

A única foto possível, antes de apanhar o barco para Tróia e quando tudo ainda eram sorrisos!

A foto da praxe seria a placa indicativa de "Vila de Sagres", mas essa terá que esperar…

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Abiúl – Muddy Rock 4 All

A entrar na Serra de Sicó…
Abiúl – Muddy Rock 4 All

No domingo realizou-se a 3ª edição da maratona de Abiúl, uma pequena povoação do concelho de Pombal aos pés da Serra de Sicó!
As chuvas da semana anterior eram por si só garantia de muita lama e piso muito escorregadio. Contando com a chuva que teimou em cair durante toda a madrugada e manha, a certeza que tinha já antes de iniciar a minha maratona é que "aquilo" ia ser a doer e que iría exigir algo que não sabia ainda se estava em condições de oferecer.
Devo ter sido o primeiro a chegar a Abiúl. Estacionei calmamente e pouco depois fui levantar o meu dorsal e tratar de tentar comer qualquer coisa de jeito!
Dois dedos de conversa com um dos senhores responsáveis pela brincadeira, presumo o Paulo César, dorsal e brinde na mão e vai de tentar ir comer e encher as reservas de energia com um valente pequeno almoço.
Nada mais errado! Estava tudo fechado àquela hora, afinal era domingo! O bar que servia de secretariado nada mais tinha a oferecer do que um solitário e de ar duvidoso Bolo de Arroz, que comprei juntamente com um sumo. Lá se foi a ideia de uma boa sandes.
Na rápida conversa soube também que os dois trilhos mais complicados da serra iriam ser evitados devido ao seu grau de dificuldade e de perigosidade que apresentavam. Era impraticável conseguir levar assistência a qualquer atleta que caísse em determinadas zonas da serra, como acabei por constatar in loco. Uma queda mais grave e a ajuda iria tardar devido à complexidade do terreno e dos acessos a algumas das zonas por onde passámos.
A maratona começou à hora marcada num lugar bem pitoresco. A escolha do percurso foi muito bem conseguida pela organização.
O total de kilómetros pedalados não chegou perto, nem de longe, o nível do esforço fisico que empreguei na conclusão deste "passeio".
A lama fez as honras da casa, levando muitos dos participantes ao desespero. Mas mais motivos houveram, quer fosse porque a mecânica das bikes ia cedendo aos caprichos daquela pasta viscosa, ou porque a exigência fisica neste terreno é superior, quer porque os trilhos variaram entre o técnico e o muito técnico, entre o duro e o muito duro, pelo facto de a chuvar nao parar de cair, todas estas condicionantes foram demolidoras tornando esta numa prova muito dura, fisicamente e psicológicamente.
A concentração foi fundamental, qualquer segundo de falta de atenção podia significar uma escorregadela e uma queda quase certa num chão demasiado pedregoso para ter final feliz. A pedra por debaixo de toda aquela lama, que mais parecia manteiga, foi a cereja no topo do bolo e basicamente o que me levava ali!
Muita dificuldade em manter tracção na roda traseira a subir o que obrigou a constantes patinanços assim como era impensável forçar o travão da frente em qualquer descida porque a roda patinava em cima da pedra e da lama como se de um ringue de gelo se tratasse.
Aliado a esta situação e que foi a nota dominante, os trilhos desenrolaram-se sempre super técnicos em zonas lindissimas, singles a subir, a descer, aparecendo onde não parece poder existir caminho, permitindo alguns uma sensação de total isolamento, e sempre a exigirem a máxima concentração, não permitindo um único erro de pilotagem. Afinal as zonas mais perigosas eram mesmo de dificil acesso, uma ambulância demoraria uma eternidade a chegar perto dali, e esse pensamento ocorreu-me uma vez ou duas. Talvez fosse o meu instinto de auto-preservação a tentar dizer-me algo, e daí para a frente foi de cuidados redobrados que pedalei cada metro daqueles duros e pedregosos trilhos…
Mais uma vez pedalei completamente só desde o km28, altura em que se procedeu à divisão dos percursos passeio/maratona. Este primeiro teve apenas 30km e foi a salvação de muitos companheiros que se deslocaram até Abiúl.
Eu gostei muito do percurso escolhido. Duro quanto baste, exigente e sob condições muito adversas! A equipa da organização esteve bem na minha opiniao embora haja sempre quem exiga o que não tem direito, mas isso cada qual tem a sua opinião e forma de ver as coisas. Claro que também houve pontos menos bons mas certamente que a malta dos Touros em Furia tem a plena consciência de como os corrigir e melhorar no futuro! Comigo foram super atenciosos e prestáveis, chegar a um abastecimento e ter bananinha descascada e pronta a comer, suminho deitado no copo e quase dado à boca, bebida energética e barras de qualidade à disposição quando se é dos ultimos a chegar sabe sempre bem e recomenda-se!
Também ouvi dizer que o porco no espeto estava muito bom, mas também soube de quem se tenha queixado porque nao o deixaram repetir quando ainda havia 400 companheiros para comer depois dele… Coitado do moço, digo eu, se não houvesse para os últimos não fazia mal, ele é que tinha que repetir e comer por dois! Há gente, coitada, que só vê até ao seu umbigo. Enfim…

Eu serei certamente um dos que voltará a Abiúl e à Serra de Sicó!
"Tratamento de Beleza" com lama de Sicó! Só nos melhores SPA’s!!!
Aspecto do meu novo brinquedo no seu dia de estreia no segundo abastecimento…
Resta-me dizer que estreei nesta maratona o meu GPS Garmin Oregon 300 que levou um banho de chuva e lama como dificilmente voltará a apanhar, pelo menos assim espero. Mas de qualquer forma, mesmo tão cheio de lama que nem via o mapa, portou-se muito bem, eu já me entendi mais ou menos com ele e acho que vamos ficar bons amigos!


Podem ver as fotos todas aqui: III Maratona de Abiúl 2008
Classificação Geral: Classe Maratona
O link para o track está aqui: III Maratona de Abiúl 2008 (percurso original)

domingo, 23 de novembro de 2008

O dia em que tudo se torna nada…

Estou em casa. Enterrado no cadeirão que me serve que nem uma luva. Pouco me mexo, como um pouco num breve passeio pela cozinha e volto a enterrar-me no cadeirão. As duas gatas preguiçam por perto ajudando ao estado de quase total ausência. Ainda não me despi e o banho pode esperar.
Dead Can Dance soa na única coluna do computador.
Cheguei aqui há cerca de vinte minutos, e enquanto as fotografias voam para o seu lugar na Grande Teia Global, vou relembrando cada segundo do que acabei de viver.
Várias horas de puro prazer e não, não falo de sexo tântrico, talvez até devesse porque a sensação final deve ser algo semelhante ao que sinto agora, aqui enterrado no meu cadeirão…
Mas não!
Falo de uma comunhão diferente. De nós com a natureza, com os outros, connosco próprios.
Para quase todos nós, andar de bicicleta é um prazer. Para mim também! Um prazer que chega raras vezes ao êxtase. Porém, quando uma série de factores se conjugam este é possivel de acontecer! Hoje, este dia, é prova disso.
Cansado sei que estou mas não o sinto. Afinal foram mais de quarenta kilómetros de duros trilhos, espectaculares e fabulosos alguns deles, paisagens de cortar o folego mais que as técnicas subidas. No entanto esta outra sensação mantém-se. Esta embriaguez lúcida e saudável não desaparece e eu também não quero que desapareça já.
Mas o porque do êxtase? Perguntam vocês.
Até podem dizer que foi só mais um passeio de bicicleta.
E foi na verdade! Mas foi também um mundo novo que se me abriu hoje, ao meu gosto ainda por cima, com tudo do que mais aprecio quando procuro liberdade em cima da minha btt.
Uma serra ao pé do mar com paisagens de encher a vista, trilhos lindíssimos com muitas pedras e raízes obrigando a uma técnica apurada até poderia fazer pensar que me referia a Sintra. Se esta não tivesse algumas grandes diferenças até podia aceitar a semelhança, mesmo sendo suspeito pois serei sempre um apaixonado pela Serra da Lua. Esta tem uma beleza diferente!
Tem terra vermelha cor do fogo e do seu ventre a pedra que brota é calcárea. Tem um cheiro mais intenso, a terra tem um cheiro diferente, a paisagem tem uma vegetação diferente. Talvez por ser caracterizada por sobreiros, carvalhos e azinheiras, por ser habitat de águias de Bonelli, Bufos Reais, javalis e veados e outros infelizmente já extintos como lobos, sem contar com o facto de ser adornada por uma das mais belas zonas costeiras de Portugal, torna o cenário quase majestoso, nem lhe faltando um antigo castelo.
Tem trilhos escondidos de uma beleza singular e ímpar, de elevado grau de dificuldade, com uma envolvente única e de uma beleza por vezes estonteante, sinto-me fascinado com o privilégio simples de poder pedalar neles tal o perto que estou de lhes chamar de perfeitos. Se a tudo isto, a todo este furacão de novas sensações a que hoje me sugeitei deliberadamente e que ansiava, se a tudo isto juntarmos um grupo de amigos fantásticos, com um espírito brutal, salutar, encorajador, solidário nas alturas menos fáceis, o que poderia ser um simples passeio torna-se um dia memorável.
Num batismo de fogo num terreno que pode chegar a ser infernal se as condições forem menos boas, num dia para não esquecer e guardar memória!
Esta é como tesouros mais valiosos que ouro!
Assim com guardarei as memórias de todas as sensações de hoje, ficarei também com a memória desta sensação de quase total ausência que há muito não sentia, de puro prazer!
Entretanto continuo enterrado no meu cadeirão, e obstante isso a minha mente continua a voar por cada metro de caminho novo percorrido hoje, nesta bela manhã de domingo, nesta bela Serra da Arrábida.
Uma das gatas já encontrou o seu lugar ao meu colo e dorme profundamente ainda embalada pelos sons de Dead Can Dance aproveitando os últimos raios de sol que já obliquamente entram pela janela, dando um confortável tom quente ao já de si preguiçoso ambiente…
As fotografias já estão disponiveis no seu lugar, o banho já apetece, e tudo lentamente voltará ao seu estado normal…
Tudo menos eu. Afinal algo de mim ficará para sempre ali, naqueles trilhos, naquela serra, naquela bela manhã de domingo!

As fotografias são muito poucas, mas estão disponiveis aqui: SM – Arrábida – 23/11/2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Da Venda Seca até Mafra, pela carreira de Tiro!

Com a Santa Malta desde a Venda Seca até Mafra Gare!
 
No domingo passado a voltinha foi pelos lados da serra da Carregueira, com inicio na Venda Seca até Mafra Gare e regresso!
Debaixo de um convidativo céu azul fizemo-nos ao caminho pouco passava das nove horas da manha. O ar fresco que se sentia apelava ao uso de roupa mais quentinha, mas depois de uns minutos a pedalar todo o frio sentido não passava de uma mera recordação!
Com passagem pelos terrenos do Quartel da Carregueira que, por cautela, obrigou a um pedido de autorização para permitir a nossa passagem pelos beirais do campo de tiro e que no final de nada serviu pois militares não vimos nenhum, fomos pelo mato fora acumulando kilometros, algumas subidas valentes e muitos trilhos fantásticos!
A certa altura apercebi-me que mais perigoso que atravessar a carreira de tiro do quartel da carregueira, foi a enorme quantidade de caçadores domingueiros que por aquelas bandas se encontravam, transformando à nossa passagem a prazenteira calma destes locais em verdadeiros campos de batalha, onde uns atràs dos outros faziam disparar as suas armas.
A certa altura, dois disparos sequênciais fazem vibrar o ar com muito mais violência que os restantes que até aí vinhamos ouvindo…
A segunda cartuchada então faz os chumbos zunirem no ar, demasiado perto de mim e do companheiro zé para prosseguirmos tranquilamente. Assustados, encostamos rapidamente ao pequeno muro coberto de silvas que nos separa destes estúpidos animais e pedalamos como coelhos dali para fora, não fossemos pois confudidos com algum javali de licra! Não seria a primeira vez e percebo bem o porquê de dizerem que não será a última…
Placas de aviso, de alerta, não vi nenhuma… Enfim!
Mais umas subidas, mais umas descidas e eis que no encontramos no meio de um grupo bem grande de companheiros do pedal. Um passeio organizado e nós a desorganizar um pouco as coisas. Lá esperamos que passem uns quantos e assim que podemos lá seguimos juntos a nossa viagem!
Ainda antes de chegar a Mafra Gare, quatro companheiros rumam aos carros, por falta de tempo, dizem. Outros dirão que foi com medo da lama que não encontrámos!
Sem lama, mas com muita vontade de beber qualquer coisa fresquinha e comer umas sandochas, lá parámos no café da povoação que ficámos sem conhecer, depois de uma descida valente e que no caminho de regresso ajudou à digestão da sandes de leitao… hã, desculpem, sandes de presunto que leitão afinal não era ali, era em Negrais onde ainda haveriamos de passar! Não faz mal, a sandes de presunto fez as honras da casa, reconfortou a barriguinha e deu ânimo para mais uns quantos kilometros. Mais trinta, para ser preciso.
O caminho de regresso fez-se sem precalços, como o anterior. Engano aqui, engano ali. Ora vira à esquerda, ora à direita e afinal é em frente, mas tudo bem, faz tudo parte destas coisas de ir à aventura, de ir ao desconhecido. Acabamos sempre por encontrar o trilho certo, e calmamente nos deixamos conduzir pelos insensiveis gps que curva após curva nos revelam trilhos magnificos, paisagens magnificas, subidas duras e pedregosas e descidas alucinantes!
Assim e depois de algum suor, muitas gargalhadas e excelente companheirismo, chegamos ao fim de mais um belo passeio por uma zona que, apesar de muito habitada, ainda continua a surpreender pela positiva, mais que não seja pela beleza das suas paisagens…
E por ser Saloia!


Foto tirada pelo JJulio



Dados Oficiais da voltinha:
Distância: 62,52km
Acumulado de subida: 1658m (dados não barométricos) / 1590m (dados barométricos)
Acumulado de descida: 1679m (dados não barométricos)
Tempo a pedalar: 5h 10m
Tempo total: 7h 00m
Vel. média: 12,10 km/h


Outros dados não oficiais:
Bebidas: 1 iogurte liquido + 3.5l água + 1 coca-cola fresquinha + 1 café
Comidas: 1 banana + 1 pastel de nata + 1 sandes de presunto em pão de mafra quentinho + 1 chocolate
Extras: 1 Omeprazol + 1 Relmus + 1 Ibuprofeno 400gm + 2 cigarritos ??

Podem ver aqui as fotos da Santa Malta na CarregueiraO Track GPS está aqui (formato gpx)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Domingo no Mundo – Em Sintra com a Santa Malta

É hoje!
O Domingo que esperava ansioso fazia duas semanas estava aí, inevitável!
Armas e bagagens prontas, os 40km de caminhos reconhecidos e a dureza de algumas zonas que tinha verificado no sábado estavam prontas para receber os meus ilustres convidados.
Ligo para o Pedro assim que entro na Ponte para confirmar algo que já sei. Está a caminho e estará à hora combinada na barragem!
A Santa Malta, a malta da outra margem, vinha com a ilusão por mim carinhosamente alimentada que Sintra era um local paradisíaco, uma ilha como dizem alguns, para a prática do btt. Eu ansiava não defraudar as espectativas de todos eles e por isso moíam-me ainda algumas dúvidas quanto à exequibilidade de alguns trilhos por todos os companheiros, mas tinha a consciência de que os alertas por mim dados quanto à dureza geral das descidas tinha feito o eco que pretendia. A malta ía a contar com muitas subidas, mas também ía preparada para umas descidas dignas de alguma, se não muita perícia. Acrescia o facto dos trilhos se encontrarem molhados e escorregadios. Em abono da verdade, estavam realmente dificeis no sábado e não sabia ainda se seriam opção. Não faz mal, depois de tres reconhecimentos já tinha cartas nas manga para uma alternativa válida, mais acessível e até mais bonita.
Com efeito foi essa mesma alternativa que acabámos por utilizar evitando a segunda secção do trilho das Turfas.
Tudo estava pronto e foi com grande vontade que demos início ao passeio. Da barragem de Rio da Mula saímos quinze companheiros pedalando serra acima embrenhados nesta atmosfera única. Depois dessa larga marcha, umas zonas rolantes com trilhos algo técnicos que vâo preparando o pessoal para outros um pouco mais duros.
Na descida que rodeia o Convento dos Capuchos e num breve segundo, encontro-me estatelado no chão duro e pedregoso desta zona da serra. Um precalço que podia ter, logo ali, arruinado o passeio aos meus companheiros assim como ser causador de uma forçada paragem por tempo incerto. Felizmente que as consequências foram as menores e depois de recomposto o corpo e o orgulho lá me fiz de novo ao caminho, moído claro, mas feliz ao mesmo tempo por não ter partido nada e estar novamente a pedalar depois de uma das quedas mais duras que dei.
Já dei algumas, mas esta foi de uma violência particular. Não quero tão cedo repetir a brincadeira!
Daqui à Peninha e às suas alturas foi um tirinho, que só não foi rápido porque para conquistar metros à serra é preciso subir e muito! Subir desde a Quinta da Urca até às Pedras Irmãs, passando pelo antiquíssimo Caminho dos Carreiros, é duro mas recompensa quem se sacrifica. Por tudo, até pelos horizontes que vistos de lá valem sempre o esforço, valem bem todo o suor que se deixe cair no caminho e naqueles últimos metros de gravilha! Vale pelo horizonte da vista, mas também alarga outros!
No trilho das Turfas, várias quedas sem qualquer gravidade e uma mais aborrecida. A do companheiro Pastor que faz um corte numa perna atraiçoado por uma raíz mais exposta e viva… Um traço longo, grande e avermelhado pela esfoladela geral era feio e uma segunda parte daquele fime de escorregar nas turfas estava fora de questão. Bem dito reconhecimento, vamos por ali, à esquerda, que é sempre a descer em estradão até lá dar abaixo exactamente onde iríamos sair se optássemos pelo traçado inicial. Boa, caminho fácil foi do agrado de todos!
Na estrada asfaltada dá-se a separação dos companheiros que tinham os horários algo apertados. A eles juntou-se o meu amigo Pedro, que cheio de caímbras aparentava precisar rápidamente de um longo descanso, em vez de mais vinte kilometros, onde muito mais de metade seria a subir.
Dos quinze iniciais seguimos oito em direcção à povoação da Ulgueira, onde se fez uma paragem para bolinhos e café no café da vila aos pés da igreja matriz, actualmente o único do lugar.
De barriga quente, a longa subida fez-se devagar, lentamente, ao ritmo compassado de uma pedalada a seguir à outra, muito à semelhança do que se faz nas montanhas, do que faço noutros espaços. Um pé, logo o outro… Aqui é igual, igualzinho! Uma pedalada, logo outra e depois outra, sucessivamente até que a subida perca a sua inclinação, porque nunca termina realmente…
Rolando rápido, os Tholos do Monge surgiram no final do passeio como o ponto em que as subidas acabariam por terminar, ponto imaginário que apartir daí seria sempre a descer até aos carros! E é, mas não por umas descidas quaisquer, mas por duas secções de singletracks muito técnicos, com grandes blocos de granito ladeando outros mais pequenos, deixando apenas o espaço necessário para se fazer passar uma roda por entre uma linha segura imaginada numa fracção de segundo, lama escorregadia complicando tudo com a sua forçosa perca de aderência, as raízes transversais criando pequenos degraus… E um grupo de pessoal cheio de atitude, muita vontade e de espirito impecável fez o que pôde nestes trilhos demoníacos. A pedir muito das máquinas e da técnica individual!
Depois de ultrapassada a primeira secção, mais técnica, a segunda depois de um degrau mais alto, a pedir rabo a roçar os tacos do pneu traseiro, torna as inclinações das descidas numa questão relativa. Esta é uma parede, ponto final!
Os meus companheiros, uns a pedal, outros segurando a menina e mantendo o equilíbrio como podem neste terreno resvaladiço, todos chegam ao final como se gosta, de sorriso na cara!
A Santa Malta tinha provado e estava aprovadíssima nos técnicos trilhos de Sintra! A estarem secos, os trilhos, sentindo a segurança de ter tracção e muitos companheiros tinham rolado todas as zonas. Grandes aventureiros, não tiveram tarefa fácil. São trilhos realmente dificeis, não acessiveis a muitos! Mas a Santa Malta esteve lá, à altura do desafio!
A descida para os carros foi interrompida pela presença de dois companheiros foreiros para uma troca de palavras, de cumprimentos, de despedidas e seguiu-se a viagem, rápida, de regresso ao conforto de um banho quentinho que ja apetecia!
Por fazer ficaram uns poucos kilometros, um singletrack lindo e longo que ficará para uma próxima visita e mais umas subiditas!
Feito ficou um passeio muito porreiro, com belas vistas e paisagens, com malta como se gosta, de espírito são e amigo! Reinou o companheirismo, a entreajuda e a amizade e isso é algo que guardo sempre com muito carinho.

Um bem haja a todos pela companhia!