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domingo, 31 de maio de 2015

GR22 :The Commitment



Uma aventura na Grande Rota das Aldeias Históricas"
A true self-supported bikepacking adventure

A ideia base é bastante simples, a bem da verdade.

Percorrer os cerca de 600kms que compõem o percurso marcado como GR22, conhecido mais recentemente como GR22-AHP ou apenas como "Grande Rota das Aldeias Históricas", de forma completamente autónoma, sem etapas, assistências ou alojamentos pré programados.
Conhecem aquela máxima:"Ride, eat, sleep. Repeat."?
Pois bem, será o mote desta odisseia!

Olhar para o percurso circular e interpreta-lo como sendo um percurso linear; Medir as etapas em horas de luz disponíveis para pedalar e não em distâncias quilométricas ou em valores acumulados de subidas ou descidas; Dormir "bajo las estrellas" e tomar os pequenos-almoços com o nascer do dia e os bichos por companhia; Banhar-me nos riachos, fundir-me com o mundo que me rodeia, ser, sentir, ouvir, ver, conhecer e descobrir.
Estes são os meus objectivos para esta aventura!

O outro objectivo - o objectivo "menos sério" - será cumprir o percurso na totalidade, honrando a pureza do conceito "Self-supported", num tempo máximo de 120 horas...


Chegarão, penso eu, cinco dias de Sol a Sol.
Cinco dias completos, recheados de incógnitas e incertezas – com três ou quatro noites de natureza em estado bruto pelo meio – para percorrer a Grande Rota das Aldeias Históricas na integra.
Talvez dê para fazer em menos, talvez me veja obrigado a fazer em mais. Logo se verá. As 120 horas são a Lebre! Ou a cenoura, dependendo do ponto de vista...

De Sortelha, irei arrancar em direcção a Norte no dia 06 de Junho, Sábado.
Esta pequena povoação servirá também como local de dormida para a noite "0". Permitir-me-á fazer uma última noite repousada – espero – para arrancar às primeiras horas de luz de Sábado.
Esta noite não entra nas contas, pois será na carrinha com todas as comodidades que esta permite. E no que às comodidades diz respeito, prevê-se que sejam as últimas dos próximos dias.

Largando Sortelha às primeiras horas da madrugada, espero vir a parar para dormir a primeira noite algures entre as povoações de Almeida e Trancoso, a bem mais de uma centena de quilómetros de distância. No segundo dia terei que alcançar, pelo menos, a povoação de Linhares. Se passar esta, tanto melhor. No entanto, e sabendo que os dias seguintes serão muito exigentes, será quase certo não esticar este dia para privilegiar uma boa noite de sono, mas tudo dependerá de como as pernas se sentirem e as "ganas" que tiver;

De Linhares a Piódão será o princípio do tormento. Perto de 100kms separam estas duas povoações numa zona muito montanhosa e inóspita. Conto com um dia certamente extenso, de prolongado "prazer" e horas intermináveis passadas essencialmente a subir. Tenho cá para mim que este dia não irá ser dos mais fáceis que já tive de pedal, mas o futuro o confirmará.

Na continuação do dia anterior, e assumindo que consegui chegar a Piódão, terei nova centena de quilómetros até Castelo Novo, novamente por terreno bastante acidentado e terrivelmente exigente fisicamente – Sempre estamos a falar de valores de acumulado de subidas que superarão os 3000 metros numa jornada de 100kms, mais coisa menos coisa, carregado que nem uma mula nepalesa!
Se o dia anterior for duro, este irá ser certamente pior...
O jantar extra que irei enfiar na mochila, se não tiver marchado já, deverá dobrar o reforço final deste dia.

Mas como sou um gajo optimista por natureza, – ou teimoso por feitio – espero sempre o melhor; Ou seja, assumindo que chego – vivo, claro – a Castelo Novo na noite anterior, e tomando esta como bitola, ficam a sobrar apenas 140kms até à povoação de Sortelha que conto cumprir numa só tirada.

Sortelha, de onde parti 5 dias antes, e que se tudo correr conforme este grandioso plano meu, estará agora à distância de apenas uma jornada. Uma tirada valente, certo! Mas que me levará a percorrer alguns dos melhores trilhos deste Portugal; Para este último troço, os montes e vales da zona Raiana serão o palco principal, com Monsanto imponente coroando o horizonte, e por onde terei forçosamente que passar.

Todas as povoações mencionadas servem, apenas e só, de bitola para o meu calendário. São meros pontos de referência que me servirão essencialmente para controlar se vou dentro do meu objectivo, ou fora dele.

Poderão eventualmente servir também para um jantar mais substâncial e reparador ou tratar de outras situações que possam eventualmente surgir. Não conto com alojamento mas poderei eventualmente usufruir de algum se este coincidir com o final do dia, mas por principio não irei condicionar a distância diária a percorrer para dormir debaixo de tecto. 
Além das acima mencionadas, obviamente que passarei muitas outras povoações, onde conto ir adquirindo alguns víveres e reforços alimentares. Isto, se for encontrando algo aberto.

E pronto!
Este é o plano. O meu plano! O plano mais do que planeado.
E o que não estiver planeado, é porque não me faz sentido planear.
Aparentemente, é o conceito de "Overcomming of Self", segundo Nietzsche; Eu prefiro chamar-lhe um "Gentleman's agreement" entre mim e a minha Persona.

Mas descansem os mais cépticos que deixarei todos os dados necessários para que ninguém tropece num defunto no meio do trilho e caso o terrível aconteça. Se eu não der noticias, alguém – espero – irá tentar resgatar o meu esqueleto. Mais que não seja porque por perto deverá estar uma bicicleta que ainda vale uns cobres se for vendida às peças. Sim, às peças, que o mercado de 26" está, digamos, desvalorizado.

E por falar na bicicleta, por falar nessa maravilhosa invenção...
Quem me conhece sabe que sou um adepto apaixonado do formato "Singlespeed"; Bicicletas de uma só velocidade que primam pela simplicidade e eficácia, com um conceito e estilo de pilotagem muito próprios. No entanto, as mesmas características que as tornam únicas e singulares jogam, nesta minha aventura, como um factor desfavorável contra o sucesso da empresa. Irei carregar a bicicleta e as costas com vários quilos extra de material, pelo que um sistema de desmultiplicação de forças é o mais razoável para manter tempos minimamente aceitáveis e ser viável a concretização do meu objectivo "menos sério". Evito deste modo “botar pé à terra” nas subidas mais ingremes e conseguirei rolar a velocidades superiores aos actuais - e míseros - 25km/h. Sou fã e apaixonado, mas não um fanático extremista!

Assim, o carreto de 18t irá sair para dar lugar à velhinha cassete Sram de 9 velocidades e a par entrará o necessário shifter; Voltarei, após perto de 3 anos sem tocar em nada parecido, a pilotar uma bike com mudanças. Mas será uma alteração muito ponderada e exclusiva a esta aventura – e à Via Algarviana, em Setembro, mas isso será outra historia a contar na altura própria (!)

O que disse ao meu amigo Dário umas semanas atrás, repito agora.
Tentar esta viagem no mais puro dos estilos – na minha opinião, claro – e em contra-relógio, já me parece por si só, um bom desafio. E qui'ca talvez até um bocadinho audacioso se medido pela altura do cronista!
Agora, pensar em fazê-lo de Singlespeed seria um bocado estúpido...
Não seria desafio maior nem nada.
Seria, apenas e só, Estúpido!

Daí que irei optar por um "velhinho" sistema de 9 velocidades com um prato de 34t na frente. Ganho alguma margem extra nas subidas, mas acima de tudo irei conseguir rolar substancialmente melhor. Para quem costuma andar com uma mudança apenas, ter nove disponíveis será mais que suficiente, espero!
Mas desenganem-se os mais cépticos, que assim que esta brincadeira terminar, a versão 1x1 voltará a reinar.

E pronto!
É isto. Basicamente, é isto...
É o meu compromisso de honra. 
O meu "Commitment" para comigo próprio. Porque aquilo que não nos desafia, não nos transforma!

E, se ainda assim o leitor – sim, tu aí – se ainda assim continuas com questões por responder, certamente que este não será o teu estilo de aventura preferido. Mas, tranquilidade acima de tudo; Encosta-te para trás na cadeira e navega para outra página ou Tópico qualquer; Mas, aceita este conselho de amigo, continua a procurar aquilo que te faz sonhar, pois existem sempre mais de mil maneiras de nos perdermos!
Esta é apenas a minha!

Porém, se fores masoquista e sádico o suficiente, e se de alguma forma te revês neste tipo de conquistas, mantém-te por aí...
Não prometo nada de jeito. Aliás não prometo nada, de todo! Mas uma vez tornado público o repto, haverá que dar notícias dele no final. Para o bem ou para o mal.
Daí que, das duas uma: Ou eu viajo na Maionesse ou tu viajas no sofá! Noticias haverá.
E fotos também. Provavelmente, até um filmito no final (!)


Vêmo-nos por aí!
Abraçorros.
Frederico Nunes "Froids"
@2015

domingo, 24 de maio de 2015

VIDEO : Arrábida EPICA (Or Not)

Aqui vos deixo mais um filminho que editei, durante o "Arrábida EPICA" do CSSPF.
Espero que gostem! Eu gostei da voltinha e do ambiente da malta. 
A repetir numa nova oportunidade... Para concluir o percurso proposto na íntegra.



Abraçorros!


Vemo-nos por aí!


Abraçorros

Frederico Nunes "Froids"
@2015

sexta-feira, 22 de maio de 2015

VIDEO : Maratona BTT SERRAd'AIRE

Conforme prometido, aqui fica o vídeo que editei com algumas das imagens que fui captando durante a Maratona BTT Serra D'Aire, no passado Domingo, dia 17/05/2015.

Explicit language. Viewer discretion advised!




O empeno, apesar de terem sido "somente" 60kms, foi monumental e como há muito não me lembrava de apanhar... As imagens no vídeo não enganam!

Espero que curtam e que o meu trombil de empenado vos alegre o dia.

Vemo-nos por aí!


Abraçorros

Frederico Nunes "Froids"
@2015

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Maratona BTT SERRAd'AIRE

"Sabias ao que ías!"

Esta frase deveria resumir a minha aventura de domingo passado por terras de Ourém.

Deveria, porque na verdade há mais a contar para que ficais devidamente elucidados. Será preciso contar que teve subidas, teve descidas, teve calor. Também teve singletracks de cortar a respiração. Teve calor. E pedra, também teve muita pedra. Pequenina, média, maiorzita, calhau, pedregulho. Teve pedra de todos os tamanhos, feitios, cores e derivados. Aguçadas como navalhas ou arredondadas nas arestas!
Muita pedra. E muito calor!

Sessenta quilómetros de trilhos absolutamente fabulosos, duros, técnicos e muito exigentes. A Serra d'Aire não perdoa nenhuma desatenção e exige sempre dos pilotos e máquinas uma entrega a 100%. Se a minha máquina não falhou, já do piloto não se teçe melhor comentário.

Mas vamos dividir a coisa por partes. 


A primeira parte, da partida ao km 30;


Arranque maluco - a mil à hora - no primeiro terço do pelotão para depressa ficar a pedalar no último terço do mesmo. O inicio foi plano durante uns minutos, comigo a tentar acompanhar a cadência da malta, sem grande sucesso, diga-se, mas depois empinou um bocadinho até entrarmos na linha de éolicas sobranceira à povoação de Bairro, pequeno povoado onde teve inicio a maratona.

Devido às altas velocidades do restante pessoal e que eu não consigo acompanhar, perdi muito tempo em relação à malta que rolava para a distância maior e como ainda por cima fiquei parado no engarrafamento para o primeiro singletrack do dia, quando cheguei à divisória dos dois percursos já só tinha dois ou três companheiros atrás de mim que também iriam para a distância maior.
Mas até este ponto, além de uns singles engraçados nada houve de extraordinário. Depois da divisão dos percursos a conversa mudou radicalmente de figura.
Toda a dureza da Serra d'Aire e dos típicos trilhos da zona e que eu conheço relativamente bem deram-me um tratamento completo, se assim se pode dizer. Mas também só deram, porque eu pedi.
Pedi porque, após a viragem para o percurso da maratona, sabendo que o rapaz a quem prometera companhia para o percurso rolava mais à frente, sabendo que só podia ganhar terreno nas subidas e nos trilhos mais técnicos e sinuosos tão ao meu gosto, foi com vontande que me apliquei nos cranks, empurrando os mesmos com toda a força que tinha, mas acabei por ter que ceder e baixar o ritmo, sensivelmente ao Km 30, com caímbras em ambas as pernas(!). Primeiro na esquerda, depois na direita, uns quilometros mais à frente.



A segunda parte, do Km 30 até final;


Desse momento em diante sabia que iria sofrer até final. Não que não viesse a sofrer já, mas iria ser um sofrimento diferente, mais doloroso. Para ajudar à festa, trazia uma dor parecida com a dor de burro, mas do lado esquerdo, que não me deixava rolar e/ou descer depressa. Devido a todas as pedras e solavancos tinha que andar muito devagar porque me doia imenso. A determinada altura comecei mesmo a ficar preocupado, mas depois acabou por atenuar e para o final já não exisita. Mas existiam duas pernas completamente vazias desde o Km35, mais coisa, menos coisa.
Acabei por encontrar o companheiro que procurava, parado a meter ar no pneu traseiro. 

Parei e voltei para trás. 
Como estava tudo bem e nem furado estava acabei por seguir, novamente sozinho, mas convencido que ele me iria apanhar num instante. Baixei ainda mais o ritmo que trazia e fui pedalando tranquilamente.
Pouco depois encontro um outro companheiro a empurrar o seu tractor de roda 29" (que devem ter dado um jeitão naqueles trilhos). Abrandei e perguntei se estava tudo bem.

Com ele sim, com o pneu da frente é que não! Estava furado.
Não parei, segui. E segui porque ele me respondeu que não tinha camara porque não levara nenhuma. Nem bomba, nem nada... Epá, pois(!)...
A determinada altura chego-me a um outro companheiro que vinha a enfrentar problemas com as suas mudanças traseiras. Rolámos uns bocados juntos e encontrámo-nos mais algumas vezes a fazer a mesmas subidas a pé.
Ele só me dizia "Epá vou desistir, epá vou desistir..." Mas lá ía continuando.
Aparentava ser conhecedor da zona. Fiquei com ideia que nunca chegou a desistir pois cruzamo-nos no final da última grande rampa antes da descida para o Vale Garcia e ele seguiu adiante à minha frente.

Eu, quando cheguei ao marco geodésico de Goucha Larga vinha completamente esgotado. Naquele sítio estratégico, com umas vistas fabulosas, fiz uma paragem à Froids, com direito a Cigui e tudo!
E se ali houvesse uma barraquinha a vender gasosas, nem sei se sairia dali.
Acabou por passar o meu amigo junto com outro companheiro e uns minutos mais tarde chega o Bike Vassoura!
Sabia que faltava pouco para o final, mas tinha a vaga ideia que a descida íria ser muito exigente e técnica. E não me enganei. Abençoada paragem. No entanto continuava demasiado cansado para apreciar como merecia o renovado singletrack do Vale Garcia, mas ainda assim curti que nem um maluco. Mas melhor para mim esteva a Sauna do Javali. Fluído e brutal!
No final da descida ainda tive tempo para dois dedos de conversa com a malta de apoio que lá estava a dar água. E souberam-me pela vida eheheh pois já tudo era desculpa para parar uns minutos.
Pensava sinceramente que os outros dois companheiros que tinham passado por mim no marco chegariam muito antes de mim ao final, mas voltei a apanhá-los numa subida algures. Desmontei também, mas não por solidariedade, e seguimos os três apeados durante um bocadinho.
Eu voltava a montar quando podia e numa dessas situações acabei por deixar novamente os dois companheiros para trás. Sabía que lá vinha o homem da Vassoura (o da Marreta levava-o comigo) por isso estavam bem entregues e preocupei-me apenas em arrastar o meu proprio esqueleto até final.

E justo quando achava que era o final.... Naaaa, toma lá mais 1,5km para abrires os olhinhos.
Sendo sincero, pensei em dar meia volta e ir acabar rápido com aquele martirio dando um tiro certeiro dali até ao arco de meta, mas depois controlei-me e lá fiz o último singletrack do dia, o qual me ía matando(!)

Conclusão;

Lá me consegui arrastar até à meta, inteiro, para ficar a saber que eramos três singlespeeders em prova, mas que apenas eu tinha ido para a distância maior, anunciou o Speaker de serviço, também ele adepto das bikes de um só carreto. 
Daí que, apesar de ser o 3º a contar do fim, fui 1º no escalão "Singlespeed"! 
Cena marada :)
Quase tão marada quanto a carga de porrada que levei daquela pedra toda!
Tratamento completo, mesmo. Alma cheia de BTT do bom, boa camaradagem e empeno ao mesmo nível.

Para quem gosta do tipo de terreno, recomendo vivamente. Mas ide fortes! 
E de preferência, se puderem, escolham dias com temperaturas abaixo dos 33º!

Em relação à organização, nada a apontar. Estiveram muito bem na distribuição de água em variadíssimos pontos do percurso, sempre pessoal nos cruzamentos com estradas asfaltadas e boa organização no geral. Talvez devido à dureza da prova, uns abastecimentos mais ricos fossem bem vindos. No entanto tiveram o essencial e estavam nos locais certos. 

Obrigado a todos pelo apoio e boa disposição! 

Esperem pelo vídeo, que melhor que qualquer crónica é a minha tromba de empenado escarrapachada no ecrán. Podem-me gosar para todo o sempre, não faz mal, que vocês se lá fossem também iam empenar eheheh

Video em processo de edição... Volta mais tarde. Talvez amanhã ou assim!


Track GPS no sitio do costume...


Vemo-nos por aí!


Abraçorros
Frederico Nunes "Froids"

@2015

quarta-feira, 13 de maio de 2015

VIDEO : Raid'oVento "REVISITED" # II

Conforme prometido, aqui fica o vídeo da passeata/treino de sábado, dia 09 de Maio.
Esta posta vem com uns diazitos de atraso porque, sinceramente, resta-me sempre muito pouca paciência para computadores depois de oito horas de trabalho. Se trabalhasse noutra área, talvez. Agora tendo que gramar com eles todo o santo dia... Haja pachorra.
Mas arranja-se sempre uns minutos para o que se gosta, não é verdade?

Pois bem, não vos roubo mais tempo. Aqui fica!
Mas espero siceramente que gostem!

Atenção, aviso desde já que o vídeo contém linguagem obscena para os ouvidos mais sencíveis. Viewer discretion is advized!

A banda sonora também é boa. Faz parte da tal nova Playlist.




A crónica muito curtinha da manhã pode ser lida no post anterior.

Vemo-nos por aí.

Abraçorros!

sábado, 9 de maio de 2015

Raid'oVento "REVISITED" # II

O mesmo passeio de sábado passado. Mais ou menos sem tirar nem pôr.
Com a diferença que fui filmando a passeata. Deram algumas imagens engraçadas que já fui cuscar ao cartão de memória. Mas só depois de escrever esta mini-posta é que me lançarei no desafio de as montar num pequeninio vídeo.
Mas no resumo, mais do mesmo! Cumpridos em 4H38, mas com muito mais paragens, mas também com mais acumulado devido ao que corri para trás e para a frente, a colocar a camara. Por isso penso que não está mal. E muitas paragens, pelo menos a mim, tendem a partir-me as pernas aos bocadinhos e hoje não foi excepção.

Mas muita conversa para não dizer nada. Esperem pelo video que não demora, espero.
Até porque estou cansadito - isto de ir passear o cão à tarde cansa(!) - e amanhã haverá mais, mas do outro lado do rio com os suspeitos do costume.
Espera-se um ritmo soft para limpar o ácido láctico dos canivetes, ou então não e levo novamente com a marreta. 

Aposto na primeira!

O track GPS irá ser colocado na pasta "Tracks GPS".

Por lapso referi na posta anterior que já lá estava, mas enganei-vos. Ainda tenho que o limpar e depois é que vai para a sua morada na web...

Vemo-nos por aí,


Abraçorros.

Frederico Nunes "Froids"
@2015

domingo, 3 de maio de 2015

SM backyard - Again & again

Crónica de Domingo, 03 de Maio de 2015.

Os pneumáticos da caixa com rodas zuniam na estrutura metálica a uma velocidade constante e até melancólica. Talvez por influência do tempo cinzento que se fazia sentir àquela hora da manhã, enquanto transpunha o Tejo, pendurado nas alturas.
A hora é a do costume. Trinta minutos passam das sete da manhã e as nuvens vão, aqui e ali, cobrindo os ainda timidos raios de sol.

Sou o primeiro a chegar ao ponto de encontro.
A malta vai aparecendo devagar, mas às oito e trinta estava o grupo reunido e pronto a embarcar em mais uma manhã de galhofa, boa disposição, de ritmo calmo e tranquilo. Achava eu, mas não podia estar mais enganado!

O ritmo da passeata de domingo foi, ao contrário do habitué dos últimos passeios, realmente estimulante, endiabrado e vivo! Até que enfim(!)
Algumas paragens, sobretudo por furos e na guerra contra as silvas – que vencemos - mas quando tocava a pedalar, ahhhhh catano que o homem da Batuta ía maluco.
Sinceramente, passámos por trilhos tão fechados que julguei muitas vezes que o meu impermeável não iria resistir até final do passeio. Os calções do José Fernando Nunes não duraram inteiros até final da volta, mas segundo a vitima aí a culpa foi do Hernâni...



Mas... imperméavel porquê, perguntam vocês!
Pois, porque o tempo esteve uma merda a manhã toda, com aquela chuva tola que só molha quando um gajo despe o casaco de plático.
Um tempo manhoso, nem quente nem frio. Abafado e húmido, com uma parva de uma chuvinha que ora caía, ora não caía, mas que resolvia engrossar sempre que despia o impermeável.
Uma típica manhã de Maio, primaveril e alegre. Pois sim!

Mas nada que nos impedisse de fazer altos trilhos, conhecer outros novos, passar noutros onde já não metia as rodas fazia tempo. Muito menos que impedisse que o tradicional espírito que nos une fosse outro que não o costumeiro, sempre em altas. Como as rotações dos meus cranks.
Foi sempre a bombar. Raios parta que a maluqueira quando ataca estes homens, dá-lhes forte. Quem andou na cabeçorra do grupo, quem o comandou, fosse em que altura do passeio fosse, foi sempre com um ritmo soltinho e fluído. Daquele, do tipo honesto.
Eu, pela parte que me toca, trazia as perninhas já meio queimadas de Sábado, mas puxei nas subidas finais da manhã como se não houvesse segunda-feira no horizonte e eu não tivesse que me mexer para ir trabalhar. Foi muito bom(!) Mas não foi o passeio calminho e tranquilo que eu esperava. Isso não foi, de todo.

O que sei é que já sonhava com a paragem na Cova do Vapor, tipo, dez minutos depois de termos saído de Santa Marta. Entramos de rompante no pequeno estabelecimente e aviamos as barrigas a gosto. Aqui o vosso cronista mandou duas(!) Bolas Berlim pela goela abaixo, em sintonia com uma Coca-cola. Café e cigui já cá fora com a malta, assim a modos que, à minha espera...
Mas porra que bem que souberam! Pela vida, como se costume dizer.

Ao contrário da maioria dos passeios de Domingo, o grupo iria regressar inteiro. Não houve "meias-voltas", nem 1/4 de voltas desta vez.
O regresso foi por isso tranquilo, mas a Batuta nunca perdeu o compasso e nós nunca abrandámos demasiado o ritmo e variadissimas alturas houve que olhei por cima do ombro para me ceritificar que o Capitão ainda lá vinha. E vinha mesmo.

O pessoal ficou no café a hidratar e eu rumei ao carro para me fazer à pequena viagem entre uma margem e outra do rio.
Para trás ficava mais uma manhã bem passada, Mas ficava também a certeza que as camaras de ar com liquído anti-furo foram uma invenção genial, e que, mesmo a 48.9Km/h continua a ser possível pensar e que à terceira foi de vez!

As fotos são da autoria do José Fernando Nunes. Eu levei a máquina de filmar mas não lhe toquei.
Para a semana há mais!

Abraçorros,
Frederico Nunes "Froids"

@2015

sábado, 2 de maio de 2015

Raid'oVento "REVISITED" # I

Por trilhos do meu quintal. De Porto Salvo a Sintra, ida e volta, novamente!

Quando acordei no Sábado seguinte ao dia do Trabalhador, tinha ainda na memória o "Raid'oVento".
Passeio por mim preparado para os meus amigos Santamaltenses, onde o empeno foi proporcional à ventania e sobre o qual já escrevi umas linhas há uns dias atrás;

Na realidade, ao deitar o olho ao panorama sobre a serra, assim que acordei, deu para adivinhar uma jornada bem mais tranquila e foi por isso com bons ânimos que, depois da missa matinal, fechei o portão da garagem e me fiz ao caminho que tinha pela frente.


O objectivo era treinar. E a moral estava para isso mesmo!
Posto isto, a escolha recaiu obrigatoriamente sobre o percurso do Raid "Raid'oVento". Um percurso com uma boa distância, um acumulado jeitoso, que conheço bem, e que tem a particularidade de me obrigar a alguma disciplina mental para não atalhar as rampas mais duras e evitar as subidas do final. Estes 70kms, cumprem uma boa passeata e são uma excelente base para medir progressos aqui do artista pedalante, no que toca aos treinos e seus resultados.

Desta feita, percorri a distância em 4H30 de pedal. Certas! Na totalidade demorei mais uma hora e dois minutos. As minhas paragens quando sozinho são sempre mais demoradas, tenho que confessar. São as fotos, é comer, é o cigui... Enfim...
Mas como o que me interessa é o tempo de pedal, ficou fácil para contrastar com o próximo sábado. E sendo que não efectuei nenhuma paragem por cansaço e apeei apenas no final da rampa acimentada de acesso à VOR, posso considerar que já noto nas pernas e condição a melhoria que procurava atravás do meu planito de treino.
Este dia foi um bom exemplo disso. Um percurso digno de uma maratona, com um total de subidas que supera os 1500m em 4 horas e meia é para mim um verdadeiro "achievement" conseguindo as tais médias na casa dos 16km/H...

Mas vamos por partes;
Arranquei de casa eram 08H00 rumo ao Mercado de Porto Salvo, onde teóricamente se inicia este Raid. Nem paro. Meto o GPS a zeros e sigo para a frente a todo o gás. Literalmente! Sentia-me bem e com força.
A segunda paragem, e uma das mais demoradas, faço-a sempre na Lagoa Azul. Desta vez não foi excepção. Chegar aqui cedinho a um Sábado dá direito a bilhete na primeira fila para assistir aos patos a lavarem os dentes, bico e penas, e ao concerto que a Mãe Natureza dá, quando ainda não há poluição sonora de outra espécie. Resumido, um festim para alma e sentidos.







Ah, mas ía-me esquecendo da paragem para o café matinal;
A primeira paragem do dia. E essa foi no mesmo café em Talaíde onde parei com a malta na volta anterior, e onde me vi olhado de cima por um individuo pequenino, inclusive na cabeça, que conheço embora ele não me conheça a mim, e que por ser dono de uma loja de bicicletas, deveria ter outro comportamento. Eu pelo menos acho falta de respeito toda a atitude de desdém, mas pronto, sou eu.

Agora, se me querem tirar a pinta, ao menos que me queiram comer! Tirar-me a pinta pelo que eu levo vestido ou piloto, é foleiro. Teve azar - depois de uma mirada mais atenta enquanto eu tragava o café cheio - que vestido eu, levava Assos da cabeça aos pés e pilotar, piloto uma bike de Ti que ele talvez gostasse de ter... 
Temos pena. Ou não! Aliás, fui uma vez em tempos à loja deste companheiro e não mais lá voltei, mesmo sendo quase à porta de casa. Afinal talvez não estivesse assim tão enganado.

Deverei no entanto voltar ao estaminé - à Taberna, entenda-se. 

Porque o senhor dono do mesmo é simpático, e por ser o único sítio aberto àquela hora... Mas isso não pesa na equação. Ou pesa menos(!)

Desde a Lagoa Azul até aos Capuchos é um tirinho, mas que consome alguma energia. Por isso voltei a parar na entrada para o que era o antigo "Single Maravilha" para papar mais uma banana e fumar o primeiro cigui da manhã. E que bem que me souberam ambos eheheheh



Os trilhos nesta zona estão todos destruídos pelos madeireiros, pelo que é seguir como se pode por entre detritos de ramos velhos, grandes, pequenos, arbustos e etc... Muitos etcs.
A determinada altura vejo um companheiro parado no meio do caminho. Na frente dele tinha uma enorme poça de lama que ocupava todo o trilho de duplo rodado e mais além. No meio dessa poça, vários ramos de vários tamanhos, arbustos e mais etcs. E ele estava parado, com a bicicleta no meio das pernas, a olhar para a lama como se estivesse a olhar a TV. Não sei se estava à procura de melhor caminho, ou na esperança de encontrar algum sitiozinho sem lama, não sei. Só sei que estava parado no meio do caminho. Eu cheguei, abrandei, apontei para a zona numa das bermas que me parecia mais seca e segui caminho, preparado para aquele enterranço ou da roda da frente ou da traseira. Não havia outra forma, mas afinal a crosta superficial nem partiu, sendo que nem sequer sujei as rodas. O rapaz seguiu pelo mesmo sitio que eu aposto, mas nem olhei para trás para confirmar (!)

Num ápice chego aos Capuchos e assim que o Convento fica para trás, começo imediatamente a desesperar com a ideia da subida aos Tholos do Monge. "Kaputa" de subida e mesmo sabendo que não a terei que fazer completa, tenho apenas que subir o troço mais duro e empinado, o inicial, e aquele que eu detesto.

Grrrrr Porque raio meti eu esta rampa no meio do track?
Pois, não sei...
Pergunto-me o mesmo sempre que estou de frente para ela (!).

Deste vez não desci da Peninha pelos singletracks mais técnicos. Andava outro género de madeireiros nessa encosta da serra. Desci pelo estradão e contornei parte da vertente Sul para começar a descer depois pelo lado da Pedra Amarela.



Sigo por alguns trilhos técnicos e outros mais fluidos na última parte da descida até à Barragem do Rio de Mula e num instante estou a deixar para trás os terrenos da Quinta do Pisão e que tenho que ultrapassar para chegar aos lados da Atrozela.



Da zona do Autódromo Fernanda Pires da Silva – que nome ridiculo...
Da zona do Autódromo do Estoril – bem melhor - restam poucas dificuldades, mas restam algumas. Nomeadamente a subida ao monte da VOR de Cascais e respectiva descida para Barrunchal. E foi precisamente num café deste lugar, Barrunchal, que fiz a mais demorada paragem. Estava cansado e desabafei-o à rapariga gira que me serviu mais um café.

Passava do meio-dia e eu parado a beber café, a meia dúzia de quilómetros de casa. Era sinónimo de entalão, mas ninguém ali desconfiou, além da rapariga gira.

A páginas tantas perguntei a um senhor que tinha vindo à porta – eu estava na esplanade – se ali passavam taxis. 

Não riu, não sorriu, só disse que se eu chamasse, que sim, não tinha porque não passar. 
Não me percebeu a ironia e eu tentei explicar. 
Ficámos na mesma. Não riu, não sorriu, desta vez nem nada disse.


Mas eu ri-me. Sozinho (!) E depois saquei a Selfie abaixo...



Esta cena aconteceu tipo 15 minutos depois de eu já ter acabado o café, cigui e ter muito pouca vontade de me mexer dali para fora! Tinha que me rir! Tinha que ir até casa ainda e não seria de Taxi. Mas estava cansadito e a apetecer-me um banhinho. Conforto portanto era o que eu precisava e não de mais uns quantos quilómetros que eu ainda por cima sabia ruins. 






Mas lá teve que ser e, afinal, a descida para a Lage e consequente subida pelos passadiços do Lagoas Park, subida aos antigos Moinhos de Vento do Bairro Auto-Construção e mais 500m de singletracks até ao Mercado de Porto Salvo foram super tranquilos de se fazer, com as perninhas a terem ainda Watts para debitar. Não muitos é verdade, mas os suficientes para manter bom ritmo!


De resumo, um treino porreiro, onde estreei uma nova Playlist no mp3 e em que curti à brava!

Os trilhos, as sensações, a música nova... Uma grande manhã de BTT que só teve um senão; Desde que substitui o meu antigo espigão de selim com recuo pelo Thomson que ainda não voltei a ficar perfeitamente confortável na bike. No final da volta voltou a doer-me a zona lombar. Teria mesmo que efectuar as alterações que já tinha em mente, mas que andava a adiar...
No domingo seguinte houve mais, mas com a Santa Malta no Quintal deles. E já com as tais alterações na bike concluídas.

Mais meia centena de quilómetros, com um ritmo mais endiabrado que o habitual e a relembrar um pouco o de outros tempos... Mas isso é crónica para outra posta!

Até lá,

Vemo-nos por aí!

EDIT: O track está na pasta "Tracks GPS"

Abraçorros,
Frederico Nunes "Froids"
@2015