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sábado, 4 de agosto de 2012

Do Pisão à Ulgueira

Arrancámos da Barragem do Rio da Mula, mas, ao contrário da maioria das vezes, tomámos a direcção da Quinta do Pisão. A Marta e o meu pai seguiam-me sem fazer a mínima ideia de que não estava a seguir nenhum percurso específico. Limitei-me a ir à descoberta.
À descoberta é como quem diz, porque modéstia à parte, eu até que conheço bastante bem a zona, mas fui à procura de um novo encadeamento e dar a conhecer os trilhos daquela zona aos meus dois companheiros de aventura.

Saímos cedinho para evitarmos o calor e ainda bem que o fizémos. É optimo pedalar ainda pela fresquinha nestes dias de verão.

Na Quinta do Pisão, durante os primeiros quilómetros...
Os trilhos da Quinta do Pisão são maioritariamente fáceis, mas aqui e ali, escondem-se single tracks singelos e técnicos na dose certa, divertidos e fluídos, o que os torna verdadeiras pérolas e bastante apelativos.
Daí que foram de passagem obrigatória no nosso itinerário e razão de sobra para a Marta dizer mal das minhas escolhas de caminhos (ehehehehe).

Mas, como já referi anteriormente, a Quinta do Pisão vive essencialmente de estradões bem mantidos, de gravilha fina e cinzenta, criando uma rede de caminhos que nos podem levar a todo o lado.
Estes permitem, em determinadas zonas, retratos e enquadramentos absolutamente fantásticos, com vistas de fazer inveja a muitas zonas dos Pirinéus...

Nos tranquilos trilhos da Quinta do Pisão...
Nos tranquilos trilhos da Quinta do Pisão...
Uma zona que não me canso de visitar e fotografar...
O meu pai surpreende-me pela positiva de cada vez que pedalamos juntos.
Desde que mudou de bike e entrou no mundo das biciletas de montanha de suspensão total que a sua pilotagem está muito mais segura e fluída, e percorre os mesmos trilhos que dantes fazia "sujando a cueca" com um muito maior á vontade e subtileza.

Trilhos fantásticos e sempre divertidos...
A Marta tem conseguido a mesma proeza. A de me conseguir surpreender a cada volta que passa e também pela positiva, quero eu dizer.
Tem evoluído bastante no que refere a tranquilidade com que encara os vários desafios, como os pedais de encaixe que não mais largou desde trocou para os meus antigos Candy. Já gere melhor o cansaço e a força nas perninhas começa a aparecer.
Continua a barafustar com as pedras no chão (!) é verdade, mas já passa por elas com muito mais facilidade e finésse! Perfect, perfect.

Durante a nossa incursão aos trilhos desta zona tirámos a foto de grupo, ou mini grupo, como lhe queiram chamar!

Foto do Trio na Quinta do Pisão...
Saímos da Quinta do Pisão direitos aos Capuchos pela subida dos Jeeps, entrando na Quinta da Peña Longa.
Mais relaxada e pacífica de se fazer do que qualquer outra das variáveis possíveis. Mais também é a mais longa que podemos encontrar.

Marta a esmagar os pedais e sempre cheia de estilo...
O meu pai anda forte e várias vezes esperou por nós. A subir espera ele, mas a descer ainda esperamos nós. É á vez!

O Nunes a aproveitar para um descanso...
A subir para os Capuchos....
Durante a subida para os Capuchos...
Existem alguns trilhos em Sintra que eu não me canso de percorrer. Alguns deles já foram inclusive vandalizados pelos madeireiros e já estiveram "ás portas da morte", mas a Natureza é enorme e felizmente consegue ainda sarar muitas das maldades que lhe fazem, e consegue de alguma forma voltar à vida, irresignada.

O "Trilho dos Gnomos", como eu lhe chamo, é disso um belo exemplo. Este trilho percorre uma zona que já foi de uma beleza ímpar, cheia de fetos frondosos e sempre verdejantes, terrívelmente húmida e com uma atmosfera tão própria que tinha que ser sentida. Um micro clima dentro de um micro clima. Com uma força espiritual inexplicável e um local tão puro e antigo como algumas das mais velhas pedras que povoam a serra.

A totalidade do carreiro de pé-posto que existia foi rasgada por máquinas de corte e transporte de madeira e pelos homens que as trabalham. O corte desenfreado e mal estruturado de Acácias e Eucaliptos levou à quase total destruição deste pequeno espaço. Felizmente que a Natureza está lentamente a conseguir novamente tomar conta daquilo que é dela e nós podemos ter novamente o privilégio de usufruir dessas paisagens e desses momentos de pura comunhão com a Natureza.

Sintra com os seus trilhos e single-tracks sempre espectaculares...
Marta em acção no Trilho Maravilha...
Fizémos os nossos trilhos do costume no ombro da serra. O Trilho dos Gnomos, passando pelo Maravilha, até Chegarmos ao Convento dos Capuchos que contornamos em direcção á povoação de Penedo e Almoçageme.
A descida é grande, mas divertida.
A par com a gravidade vamos direitos à antiga fábrica de águas, com passagem pelo antigo Caminho do Moinho Velho e sempre a descer acabamos na pequena e estreita povoação do Penedo.

A subir para a povoação de Penedo...
Após o Penedo, tinhamos duas opções conhecidas e outras tantas, ou mais, desconhecidas. O que sabia é que não queria descer em direção à praia da Adraga para ter que rumar a povoação da Ulgueira por trilhos pedregosos e já bem nossos conhecidos. E também não queria cumprir a distância até à povoação onde iríamos fazer a paragem para café por estrada asfaltada.

Assim aconteceu a descoberta de mais um grande single-track, que nos transportou até muito perto da vila da Ulgueira. Um trilho que nos levou através de uma pequena viagem ao desconhecido e a algumas feridas devido às enormes silvas que teimam em tomar conta do carreiro.

Da povoação do Penedo até à Ulgueira, por trilhos novos...
Aquilo que podia não ter saída acabou por ser um pedaço de percurso bastante divertido de se fazer, e que proporcionou alguns momentos de verdadeiro goso enquanto iamos enfrentando as silvas e outros obstáculos naturais do caminho.

Algumas silvas, mas não foi por isso que foi menos divertido...
Após a chegada à Ulgueira, fomos directos ao café que nos iria servir de paragem para descanso. Umas minis para mim e para o meu pai, uns rissóis e uns bolos e uma cola para a menina foram a despesa, ao qual acrescentámos uns cafézinhos antes de arrancar novamente em direcção ao topo da serra.

A subida foi feita por estrada, desde a pequenissima povoação do Pé da Serra, até ao cruzamento dos Capuchos. Desde aí, tomámos a descida maior e que vai dar directo à barragem, onde tinhamos os carros.

A descer novamente para a Barragem do Rio da Mula, onde tinhamos o carro estacionado...
Já mesmo no final do passeio a passar pela quase seca Barragem do Rio da Mula... 
A voltinha foi muito engraçada e cumpriu na perfeição com os objectivos de todos:
Passar um bom bocado, treinar mais um bocadinho e sobretudo divertirmo-nos a fazer algo que todos gostamos!

Ainda assim, cumprimos uns belos 45kms com +/- 850m D+

A galeria completa de fotos pode ser vista a partir deste link.
O track GPS pode ser encontrado aqui, ou na pasta Tracks GPS aqui do meu blog.

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