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domingo, 27 de setembro de 2015

Global Energy Race - "A Estreia"

Lisboa corre pela Paz!
Este foi o mote da Global Energy Race que aconteceu Domingo em Lisboa e que aconteceu também e em simultaneo em vários países e cidades do Mundo.
Uma corrida solidária que nos levou, a mim e à Sandra, a percorrer os 10kms que separam a Praça dos Restauradores, no final da Avª da Liberdade, da Torre de Belém, onde terminou a corrida com toda a pompa e circunstância.
Para mim, esta seria a minha primeira prova a correr. Foi a minha estreia oficial no mundo das corridas.
Fui comprar uns ténis novos, todos xpto para o efeito e tudo(!)
Seria uma estreia para mim e uma estreia para a Sandra, que mesmo habituadíssima a correr, inclusive distâncias de Meia-maratona com alguma tranquilidade e com tempos por km muito bons, bem abaixo dos 5 minutos, nunca tinha participado numa prova "oficial" de corrida.
No entanto, a coisa não prometia ser fácil para ambos.

A Sandra não corria há umas semanas valentes e eu nunca tinha corrido na vida. A "cenaça" prometia para os meus lados!
Para tal, treinámos afincadamente e que nos fartámos para o evento;
Eu corri, na terça-feira passada e na passadeira lá do ginásio, cerca de 5.5kms em pouco menos de 40 minutos, e a Sandra fez uma corrida de 7kms no Sábado de manhã.

Estes foram os nossos treinos! Estávamos, por assim dizer, preparadíssimos para enfrentar aqueles 10kms como se de uma corridinha matinal se tratasse. Mas, no fundo, era isso mesmo!
O nosso entusiasmo era alto e a moral estava ao rubro! Felizes e contentes saímos de casa prontos para atingir o nosso objectivo, que no meu caso, passava por aguentar uma boa passada até final sem parar a meio e a Sandra de curtir uma corridinha tranquila e acompanhar-me, zelando pela minha conquista de tão audaz objectivo!

No caminho para a prova conhecemos o Ricardo, que também iria correr no evento. Tipo bem disposto e porreiro, mas só voltámos a falar já no final da prova, onde nos voltámos a encontrar.
A prova começou às 10h30 e após as primeiras passadas, uma onda amarela enchia os Restauradores, Cais das Colunas e Cais do Sodré. A corrida iria estender-se até Algés, passando pela Avª 24 de Julho e Avª Marginal e depois regressaria novamente até terminar na Torre de Belém.

Nós arrancamos junto com aquele mar de gente. No empedrado da Praça dos Restauradores encontrar uma passada certa não me foi fácil. O inicio foi intenso e rapidamente chegamos ao Cais do Sodré. A estrada alarga e o piso melhora. Começo a tentar controlar melhor a respiração e a passada de forma a ultrapassar a "dor de burro" que já sentia. Em frente ao novo edificio da EDP já tinha essa situação resolvida e já tinha encontrado uma passada confortável para a minha nula experiência. A Sandra mantinha-se ao meu lado, a dar-me algumas indicações sobre como e por onde passar alguns atletas mais lentos e acima de tudo, mantendo o "nosso ritmo" debaixo de controlo, não me deixando quebrar muito nem me deixando acelerar muito... Ia também indicando os kms que iam passando. Ambos de Headphones nos ouvidos, essas informações eram todas transmitidas por gestos.
Chega o final da Avª 24 de Julho e passamos junto à estação de Santos. Corriamos a bom ritmo, agora.


Surge a segunda zona de abastecimento líquido que também aproveitamos. Agarramos água e continuamos sem abrandar. Sentia-me muitissimo bem, e mesmo não sabendo quais os tempos que estavamos a fazer, conseguia perceber que ia a correr de forma e com um ritmo minimamente aceitável. As pernas continuavam a impulsionar-me para a frente e o trabalhar dos quadríceps de forma ritmada e eficaz proporcionava-me muito boas sensações, pelo que o prazer de correr ia aumentando à medida que os quilómetros e os minutos iam passando...



A determinada altura somos ultrapassados pelo Ricardo, que tinhamos conhecido na ida para a prova.
E também fomos ultrapassados por muitos outros logo nos dois, três quilómetros iniciais, mas começávamos agora nós a ultrapassar alguns corredores com a nossa passada ritmada e constante.
Começamos a apanhar alguma malta a andar e isso aumentava a minha motivação. O nosso ritmo era alto. Sabia-o, mesmo sem fazer ideia a que ritmo iamos! Só tinha a noção que íamos a correr bem.

E tinha essa noção porque sentia que a Sandra também não ia a "pisar ovos"...
Tinha-lhe dito algumas vezes que, se eu começasse a quebrar muito, para ela seguir no seu ritmo porque tenho a noção do quão desgastante pode ser um tentar ir num ritmo mais baixo que o seu "ritmo natural"... É tão ou mais desgastante que ir num ritmo mais elevado.
Eu iria sempre tentar manter o ritmo da Sandra, mas sabia que isso não seria tão fácil quanto dizê-lo. Felizmente que a minha parceira é isso mesmo, parceira! E manteve-se comigo, mesmo ao meu lado, até final. Mas eu também não facilitei e dei sempre o meu melhor.

A Sandra ia-me indicando os kms que passavam com sinalética de mãos, mas ao km6 pedi-lhe que o deixasse de fazer. Tinha ultrapassado a distância que tinha corrido na terça-feira e levava as pernas a trabalhar a full power. Sentia-me estupendo! Vivo, com os músculos vibrantes e parar de correr era a última coisa que pretendia ou que me apetecia naquele momento, mas sabia que precisava de manter o foco e a concentração. O ritmo mantinha-se alto, nunca baixou. Mantinha a respiração controlada e a motivação a tope. Corriamos agora em plena Marginal e passávamos o Km8. Esbocei um sorriso quando avistei a placa indicativa na berma da estrada. Já havíamos passado o companheiro Ricardo, mesmo que eu não o tenha visto, algures entre o km6 e o quilómetro que agora percorríamos.
Mantive o foco e a concentração o mais possível, mas ao mesmo tempo ia a desfrutar imenso. Ia realmente a tirar prazer do que ia a fazer, do que ia a viver. Da actividade fisica em si e do esforço que lhe está inerente, do sentir o corpo pujante de energia, da envolvente com todas aquelas pessoas a correr e outras tantas a assistir e acima de tudo, por o ir a partilhar com a melhor companhia do mundo! A Sandra ia ali comigo, a par comigo, a correr junto a mim. Ombro com ombro, quase sempre. A ajudar-me naquele meu desafio pessoal, solidária comigo. A não ser ela e não teria corrido como corri, não teria dado de mim o que dei, e nem sei se ali estaria se não fosse ela, se não fosse por querer ser melhor, por ela. Por ela e por mim, claro! Mas nós não somos só as nossas escolhas, como se costuma dizer. Somos também o que os outros são em nós. Podemos ser melhores ou piores, mas somos parte dos outros, como os outros são parte importante da nossa Persona!


A Sandra faz-me querer ser sempre uma pessoa melhor. Ser mais e ser melhor! E é essa a parte que a Sandra ocupa em mim, no meu coração. A Sandra faz-me querer superar-me a cada dia que passa, ser melhor a cada respiração que passa.
A Sandra é isso em mim, mas é muito mais também! É a minha "Musa" inspiradora!

Sem dúvida que não o poderia fazer da mesma forma sem esta companhia ao meu lado!
Esta corrida foi exemplo disso. Acabei a fazer uma média de 5.11 minutos por km, o que segundo diz a malta da corrida, é uma média muito boa para quem corre pela primeira vez.

Fazemos a subida do viaduto que inverte o sentido da corrida e nos leva novamente no sentido de Lisboa, para irmos terminar junto da Torre de Belém. No alto daquela curta subida estava marcado o km9! Lembro-me de sorrir e ao olhar para trás, para a Sandra que seguia a 1,5m atrás de mim, vejo-a a sorrir também! Tinhamos conseguido. Faltava somente 1km.
Estava realmente cansado já, mas com as pernas ainda pujantes de força. Tinha "atacado" aquela rampa sem intenções de abrandar e assim continuo até lhe dobrar o topo. A Sandra cola-se novamente ao meu lado e iniciamos a descida. Continuamos a passar algum pessoal. O ritmo mantinha-se vivo!

Corremos mais uns 600 metros e entramos na manga da meta. Passamos por baixo do grande arco azul e alguém nos diz que a corrida termina apenas uns metros mais à frente. Continuamos, seguimos a par! E finalizamos, mais ou menos de mãos dadas, felizes e realizados, com o relógio digital a marcar 52 minutos e alguns segundos de prova.

Eu não cabia em mim de contente.
Tinha conseguido cumprir o meu objectivo e tinha-o feito num tempo que não achava ser possível conseguir, tendo terminado a prova em menos de 1 hora.
Estava felicíssimo. Mas melhor ainda foi perceber no sorriso da minha companheira, o orgulho que ela sentia em mim após a nossa "corridinha". Tinha superado, não só os meus objectivos, como também os melhores prognósticos dela para a minha prestação de estreante!
E essa é a sensação que quero experimentar em todos os momentos das nossas vidas.
Fazer algo de que se gosta, deixando quem se gosta, orgulhoso de nós e das nossas conquistas e realizações, sejam elas pessoais ou colectivas, desportivas ou profissionais.

Esta prova aconteceu porque a Sandra ganhou duas inscrições para a mesma, mas, como se costuma dizer, tudo acontece por uma razão!
Os desafios que assumi para um futuro que se aproxima, o nível de exigência que estamos a introduzir nas nossas prestações ao nível das bicicletas e respectivas provas e outras "brincadeiras" que pretendemos vir a concluir num futuro breve, obrigam o nível e intensidade dos treinos a aumentar significativamente.
Felizmente, descobri que gosto, realmente, de correr!
E ainda bem, porque esta corrida foi a primeira de muitas outras que estão para acontecer... Não necessáriamente "provas" no verdadeiro sentido da palavra, mas corridas "desorganizadas" e treinos mais duros e mais longos que estes 10kms.
E até já se pensa em realizar um ou outro "Trail", mas sobre isso, tudo a seu tempo!

PS: Um obrigado a quem de direito, pelos conselhos na escolha dos melhores ténis, os Adidas Supernova Glide Boost.
Sem as tuas dicas nunca me teria sido possível usufruir de tal conforto ao nível dos pés, durante e após a corrida. Verdadeiras pantufas, eficazes e no "size" certo. Sem sombra de dúvidas, com grandes responsabilidades no prazer e conforto que retirei desta corrida.
Mil obrigados pela paciência. 

E prometo que da próxima já terei em consideração a questão da "1ª camada"!


A crónica da nossa corrida vista e sentida pela Sandra, pode ser lida aqui... E aconselho!

Vemo-nos por aí.
De bicicleta ou a correr(!)

3 comentários:

  1. Grande estreia Froids! Ainda por cima, com um tempo razoável para quem nunca tinha experimentado uma prova de corrida de 10 km. Parabéns!
    E se o bichinho mordeu... vamos ver o que dizes depois de experimentares um trail! Ainda por cima, com a tua "bagagem" de homem do trilhos... há uns quantos em Sintra! Vais adorar a cenaça! ;)

    Abraço

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    Respostas
    1. Many thanks, Luis!
      Lembrei-me de ti durante a minha corrida :) E sim, a estreia no Trail está para breve ;)
      Ver se coincidimos e fazemos aí qualquer coisa juntos!

      Ah... E é sempre excelente continuar a "ver-te" neste meu cantinho!

      Abraçorros

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  2. Eheheheh sou leitor assíduo!

    Dica: Prova CorreJamor no dia 15 de Novembro.
    http://correjamor.com/site/?local=home

    Grande parte do percurso desta prova é na mata das imediações do Estádio Nacional, com trilhos e algum sobe e desce. Não é um "trail" mas dá para uma primeira abordagem ao género.
    Se puderes ir, aproveita. Estou inscrito ;)

    Abraço

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